Já são dez dias desde que o América venceu o Patrocinense, fora de casa, pela nona rodada do Campeonato Mineiro. Dois dias depois, na terça-feira (17), o elenco chegou a se reapresentar no CT Lanna Drummond, mas logo após a diretoria anunciou a suspensão das atividades do departamento de futebol. Seguindo as orientações de autoridades de saúde em todo o mundo, o clube liberou atletas e colaboradores de diversos setores para evitar aglomerações e reduzir o fluxo de contágio do novo coronavírus.
Todos os atletas estão em suas casas, mas precisam realizar atividades físicas diariamente, como ressalta o preparador físico do clube, Gerson Rocha. “O primeiro compromisso é com a saúde pública, com a saúde deles. A gente tem prescrito treinos que devem ser feitos em casa para manter uma condição mínima e mantê-los ativos nesse período”, destaca o profissional. “O departamento tem postado treinos diferentes diariamente no grupo de Whatsapp, e em caso de dúvidas dos jogadores, eles entram em contato particularmente”, explica Gerson.
Tem sido assim a rotina de diversos atletas pelo mundo, mas a situação ainda é uma novidade e requer ajustes. O América, por exemplo, entende as limitações para conseguir controlar as atividades que seus jogadores desempenham em casa. “A gente conta com a responsabilidade de cada um. O compromisso de saberem que é importante para o retorno. O departamento de fisiologia e a nutrição também têm entrado em contato com eles, estão em contato constante com os jogadores, para coletar as informações de como foi o treino, nível intensidade, duração, para a gente ter pelo menos o mínimo de controle”, diz o preparador físico.
Líder do Campeonato Mineiro e classificado com antecedência para a semifinal da competição, o Coelho também estava em meio a disputa da terceira fase da Copa do Brasil, diante da Ferroviária. Quando CBF suspendeu a disputa nacional, o time estava às vésperas do jogo de volta, após empate sem gols na ida em Araraquara. Somando as duas competições, o América fez 12 jogos, com sete vitórias e cinco empates. Desempenho que, para ser mantido quando o futebol voltar, vai depender muito da parte física dos jogadores.
“O estado físico no retorno é uma incógnita. Na minha opinião, a gente não sabe quanto tempo vai ficar parado, então essa perda (de ritmo dos atletas) só vai ser concretizada quando realmente tiver uma data de retorno. Ocorrerá uma perda na condição natural, os atletas vinham jogando, em atividade. A gente vai ter que recuperar isso a partir do momento que voltar e o calendário for estabelecido”, conclui Gerson Rocha.
Matheusinho
Sem jogar desde a terceira rodada do Mineiro, quando o América enfrentou o Uberlândia, o meia Matheusinho já deveria ter voltado aos gramados, mas sua recuperação de uma lesão no tornozelo também foi afetada com a paralisação dos treinos. O América informou que o atleta já estava em fase final do tratamento e se preparava para iniciar a transição para o aprimoramento físico. Assim como os outros jogadores, ele está fazendo atividades físicas em casa sob a coordenação da preparação física, mas já não treina com a bola desde o início de fevereiro.