Transformação a longo prazo

Vôlei: Luizomar de Moura com desafio gigante de comandar Quênia na Olimpíada

Técnico de Osasco foi escolhido pela Federação Internacional para agregar valor ao time africano dentro dos Jogos de Tóquio

Por Daniel Ottoni
Publicado em 19 de julho de 2021 | 07:22
 
 
 
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A experiência de anos dentro do vôlei, inclusive com boa parte deste período em times de base, fez com que o técnico Luizomar de Moura, que comanda o Osasco São Cristóvão Saúde (SP) dentro da Superliga feminina, fosse lembrado pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB).

Luizomar foi convidado para projeto de curta duração, mas grande intensidade, junto à seleção feminina do Quênia, que estará presente nos Jogos Olímpicos de Tóquio, enfrentando, inclusive, o Brasil na primeira fase.

A ideia é agregar valor ao vôlei do país africano, trazendo experiência e muito conhecimento para que as quenianas possam acelerar seu processo de evolução. 

"Recebi o convite da Federação Internacional há alguns meses para fazer parte do projeto Volleyball Empowerment, que visa dar uma estrutura melhor a centros estratégicos na visão da entidade. O Quênia o país escolhido para dar início a esse projeto. A causa foi o que mais me motivou. Eu trabalhei muitos anos com a formação do voleibol brasileiro e esse é um trabalho que eu tenho um carinho muito especial. No escopo do projeto da Federação Internacional, havia muitas características parecidas com as que eu desenvolvi no voleibol brasileiro, de dar condição para atletas com potencial e compartilhar com os com profissionais toda minha experiência e conhecimento adquiridos nesses mais de 20 anos como treinador", conta Luizomar. 

O treinador levou para a África pessoas de sua conhecimento para intensificar este intercâmbio, como o assistente técnico Jefferson Arosti, o preparador físico Marcelo Vitorino de Souza, o fisioterapeuta Thiago Menezes Lessa Moreira, o estatístico Leonard Lopes Barbosa e o Beto Opice, team mannager.

Luizomar, no seu processo de identificação de potencialidades e pontos a serem melhorados, logo detectou onde era necessário 'atacar', sabendo do longo trabalho para colocar Quênia em novo patamar, situação que pode até acontecer com sua presença, mas que vai precisar também de uma continuidade para tentar seguir diminuindo a distância para as maiores referências do planeta. 

"O que mais me chamou a atenção, em primeiro lugar, foi a disposição do grupo, que é jovem, contando com algumas jogadoras mais experientes. É um time com muita disposição de trabalhar com alegria e sempre dispostas a aprender. É uma equipe que eu já conhecia de competições internacionais. Trata-se de um elenco extremamente voluntarioso, mas desorganizado em todos os pontos importantes em uma equipe de voleibol. E essa organização tem sido a nossa meta principal", indica o treinador. 

A estrutura do Centro Esportivo Kasarani (Moi International Sports Centre), com academia e outras boas condições, foi um ponto positivo para que os trabalhos pudessem acontecer de uma maneira positiva.

"Também trouxemos do Brasil bastante material de suporte para fisioterapia, além de estatística e ferramentas para o desenvolvimento físico e técnico. Foi um envolvimento bem bacana do nosso staff brasileiro junto com o staff queniano", detalha. 
Seria injusto traçar metas de resultado para uma seleção que ainda está muito longe das principais adversárias, incluindo na Olimpíada. O trabalho com as quenianas precisa ser de longo prazo, com os Jogos de Tóquio podendo ser uma importante escada para degraus mais altos em curto prazo, antes de novos objetivos nas temporadas seguintes. 

"A FIVB não traçou metas de resultado. Em princípio, queremos deixar o legado de um planejamento organizado, que todas as equipes que estão hoje na Olimpíada tiveram à disposição. Estamos em uma chave muito difícil, com o Brasil, bicampeão olímpico, com a Sérvia, atual campeão mundial. Temos o Japão jogando em casa e que tem uma escola fantástica de voleibol. Temos a República Dominicana, que já vem figurando entre as 10 melhores equipes do mundo há alguns anos. E também a Coreia, com uma jogadora fantástica, que é a Kim. Então, pensar em resultado dentro de uma chave como essa seria uma injustiça, tanto com a nossa comissão técnica quanto com a equipe. Queremos fazer o melhor e mostrar para a comunidade do voleibol uma equipe organizada e uma equipe com potencial de crescimento com a continuidade de investimentos", projeta. 

Brasil e Quênia vão se enfrentar no dia 2 de agosto, com as africanas estreando no dia 25 contra as japonesas. 
 

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