Decisão necessária

Vôlei: Rosamaria recompensada após correr risco de ficar de fora da Olimpíada

Jogadora abriu mão da seleção em 2019, mas deu a volta por cima no vôlei italiana antes de convocação para Jogos de Tóquio

Por Daniel Ottoni
Publicado em 12 de julho de 2021 | 07:15
 
 
 
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Faltando cerca de um ano para a Olimpíada de Tóquio, em 2019, a oposta Rosamaria, da seleção brasileira feminina de vôlei, tomou a decisão de não defender o Brasil na Liga das Nações, preferindo priorizar o descanso e o tempo com a família entre uma temporada e outra.

O que poderia se transformar em risco foi minimizado pela pandemia de coronavírus, que fez a Olimpíada ser adiada em um ano, com Rosamaria ganhando mais tempo para se firmar de vez dentro da seleção. A jogadora foi uma das convocadas pelo técnico José Roberto Guimarães para estar nos Jogos de Tóquio, sabendo que, apesar do risco que correu, aquela foi a decisão mais acertada no período. O Brasil estreia no dia 25 de julho contra a Coreia do Sul. 

"Naquele ano, eu não tinha condições de estar na seleção. Esse tempo afastada me deixou um pouco insegura sobre uma nova convocação mas, ao mesmo tempo, estava confiante no meu trabalho. E essa chance não é um acaso. Foi um estudo de projeção de carreira, de escolhas, experiência que optei em ter para chegar aqui da maneira como cheguei", comenta a jogadora, que pode jogar também como ponteira, posição que atuou em boa parte da sua carreira no Brasil.

Transformação

Foi na Itália que Rosamaria adquiriu importante maturidade pessoal e profissional, sendo um dos destaques na liga local nos últimos dois anos, partindo para a terceira temporada no terceiro time diferente. 

“Jogar fora do Brasil tem sido uma experiência muito boa. Me fez evoluir muito como pessoa e como atleta e abrir os olhos para coisas que, talvez aqui no Brasil, eu não conseguiria enxergar. Me fez crescer e estar aberta às oportunidades. Foi uma decisão acertada e o resultado é ver a minha satisfação com o meu trabalho”, comemora. 

Em sua primeira temporada na Itália, Rosamaria jogou pelo Perugia. Disputou 19 jogos e marcou 382 pontos. A competição acabou sendo interrompida pela pandemia. Em seu segundo ano, ela defendeu o Casalmaggiore. Foram 24 partidas e 408 acertos. 

Nos dois times, ela viu a temporada se interrompida por conta da pandemia, que fez o coronavírus acabar com a liga de forma precoce no primeiro ano antes de, na temporada seguinte, ver seu time se retirar do torneio por surto da Covid-19.

“Meus planos são continuar fora. Ainda tem muita coisa que eu quero viver. Nesses dois últimos anos, não terminei dentro de quadra. Isso me incomoda. Eu preciso voltar e terminar uma competição. Voltar a jogar como oposta me fez me sentir totalmente capaz de novo, ver que tinha muito que realizar e crescer", revela.

"Acho que vários fatores fizeram isso acontecer: a mudança de posição, a curiosidade de conhecer um país novo e sua cultura. A sede de aprender tudo novo foi o gás que estava faltando”, destaca a nova contratada do Novara, time comandada por Stefano Lavarini, que marcou história no Itambé Minas e adversário na Olimpíada à frente da seleção sul-coreana. 
 

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