Lançado para comemorar o aniversário de 30 anos do PlayStation, Astro Bot mostrou que, para se divertir com um jogo, não é necessário o conceito de mundo aberto, muito menos ser hiper-realista. A jogabilidade e nostalgia do exclusivo da Sony cativaram tanto os jogadores que Astro Bot alcançou a nota 94 na Metacritic (plataforma especializada em críticas de usuários) tendo se tornado a franquia de PlayStation mais bem avaliada na plataforma.

Sensação de nostalgia

Uma das bases do sucesso do jogo é a sensação de nostalgia. Enquanto Astro’s Playroom (2020) tinha o foco de mostrar a história dos consoles e acessórios da Sony, Astro Bot se dedicou em homenagear as franquias exclusivas e personagens de destaque da marca.

O objetivo principal é resgatar os mais de 300 bots que caíram perdidos nos planetas. Em cada fase, um jogo ou protagonista são lembrados. Por exemplo: em determinado momento, Astro entra no mundo dos tesouros perdidos e se torna Nathan Drake, o líder de Uncharted. Em seguida, você está na franquia ‘Bot of War’, um tributo ao icônico Kratos e a franquia God of War. O planeta terra inabitável de Aloy em Horizon Zero Dawn e Forbidden West também foram lembrados. O bot de Gran Turismo, simulador de corrida que surgiu no PS1, é muito legal de se ver.

A reta final de Astro Bot se dá dessa maneira: resgatando seus amigos, seja os de design ‘padrão’ quanto os VIP Bots, que fazem referência a história dos videogames em geral. Para se ter uma ideia, são 173 personagens citados pelo Team Asobi, e não se limita a apenas a temas relacionados ao PlayStation. Street Fighter, que surgiu ainda nos fliperamas, Metal Gear - desenvolvido para MSX e NES; Tomb Raider, para SEGA Saturn e outros exclusivos marcantes da Sony, como Shadow of The Colossus, saga Infamous, Days Gone, The Last of Us e o memorável Bloodborne.

Fórmula do sucesso

Faz parte da fórmula de sucesso de Astro Bot ter levado em consideração outras grandes e premiadas franquias. Ele não tem mecânicas inovadoras, e isso acaba sendo um ponto muito positivo. Pelo simples fato de quem for familiarizado com os games, domina imediatamente os comandos. Não é necessário uma coordenação motora impecável para jogar. Durante a gameplay, você percebe vários movimentos e ações inspiradas no clássico Super Mario Odyssey e It Takes Two, o jogo do ano de 2021.

Jogabilidade

A jogabilidade de Astro Bot parte de um universo que tem o total de 90 níveis, divididos em seis galáxias e 60 planetas. Cada um deles tem peculiaridades próprias, com estratégia de jogo e jogabilidade específicas. Poderes como o encolhimento para o tamanho de um rato, boost de cachorro, luva de boxe de sapo, virar uma bola de ferro e vários outros são completamente imersivos para o jogador.

Elevou ainda mais a imersão na gameplay o controle DualSense, que teve todos os seus recursos exigidos durante a campanha. Gatilhos adaptáveis, respostas táteis, sensor de movimento e sensibilidade à pressão do ar - função que, acredite, permite você assoprar no controle e ele detectar a ação. Funções que provocam espanto (positivo, é claro).

Opinião

Eu fiquei totalmente envolvido com o jogo. Te dá satisfação de avançar durante a história, não é igual a outros games que você precisa ter dedicação para terminá-lo. Tudo flui naturalmente. Mesmo que alguns desafios façam você repetir algumas vezes, não há sentimento de frustração; pelo contrário, aumenta a vontade de prosseguir. É leve, e na minha opinião a indústria precisa voltar a produzir esses tipos de jogos: por diversão e não por obrigação.

Vale lembrar que este é o terceiro jogo da franquia, que já tem os títulos: Astro Bot Rescue Mission (2018 - PS VR), Astro’s Playroom (2020 - PS5) e agora Astro Bot (2024 - PS5).