Uma pequena mercearia em San Ramón, na Costa Rica, viveu uma verdadeira história de Davi x Golias. Quase dez anos após a fundação da loja na cidadezinha de quase 10 mil habitantes, o dono se viu numa briga judicial com a gigante Nintendo. O motivo? O supermercado se chama Súper Mario.

Jose Mario Alfaro González abriu o 'Súper Mario' em dezembro de 2013. Na ocasião, registrou o nome sem problemas. Foi só quando precisou renovar o registro, mais de dez anos depois, que a 'coincidência' com o nome do personagem icônico da Nintendo incomodou a empresa japonesa. Conhecida por perseguir ferozmente quaisquer tentativa de infringir marcas registradas, a Nintendo não perdoou.

Em março de 2024, a desenvolvedora de jogos entrou com um pedido de impedimento da renovação do registro do Súper Mario, citando o uso indevido de propriedade intelectual da Nintendo. A empresa centenária, então, tentou fazer com que o supermercado fosse proibido de usar o próprio nome.

Super Mario/Reprodução/Facebook

Coincidência ou caso pensado?

Na justiça, Jose Mario afirmou que o nome nada tem a ver com o encanador mais conhecido do mundo. 'Súper', utilizado no nome, é somente uma abreviação para a palavra 'supermercado' na Costa Rica. E Mario, claro, vem de seu próprio batismo.

Já a Nintendo não quis acreditar na justificativa, afirmando que o homem estava ciente da existência do personagem quando registrou a mercearia, usava imagens do Mario em posts de redes sociais e, inclusive, vendia produtos temáticos.

Um dado mal calculado pelos advogados da Nintendo, porém, impediu que o caso fosse adiante a favor da acusação. Os direitos da empresa sobre o nome Super Mario se enquadrava em categorias como jogos, jogos eletrônicos, vestuário e obras audiovisuais nas marcas registradas. Já o supermercado costa-riquenho pedia registro do nome em uma categoria sem domínio da empresa: venda de produtos de cesta básica.

Reprodução/Super Mario/Facebook

Davi venceu Golias novamente

Após revisão dos dados do processo, o juiz considerou que a solicitação da Nintendo era improcedente. Assim, deu a Jose Mario o direito de seguir comandando sua mercearia sob o nome Súper Mario.

Pelas redes sociais, o empreendimento na modesta cidade comemorou a decisão do tribunal, em janeiro deste ano. "Esse é um passo gigante em direção à visão que temos. Para uma empresa tão grande ficar tão sensível (com nosso nome), é porque estamos sendo notados", escreveu o Súper Mario pelo Facebook.