A Capcom decidiu levar a série Monster Hunter para o território dos grandes mundos abertos, e o resultado é brutal, cativante e cheio de personalidade. Em Monster Hunter Wilds, título lançado em fevereiro de 2025, caçadoras e caçadores vivem uma experiência imersiva e se veem diante de ambientes vivos e imprevisíveis, com o DNA único da série. Prepare-se para caçar, sobreviver e evoluir.

Em Wilds, O RPG de ação que hoje é o maior sucesso de vendas da gigante japonesa se debruça na força e no atrativo dos mapas abertos (como Elden Ring, Horizon, Red Dead Redemption e a série GTA) para transportar o caçador para um mundo dinâmico, com bioma vivo e instigante, além de um visual arrebatador. A liberdade para explorar é um dos grandes atrativos para fãs do gênero, o que torna o Wilds um título interessante até para aqueles que ainda não conhecem a série.

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Monster Hunter: Wilds: novidades e melhorias

Procurar e caçar grandes monstros, retirar partes deles para construir ou melhorar armas e equipamentos, procurar e caçar monstros ainda maiores. Basicamente é assim que funciona a série Monster Hunter. Em Wilds, há um foco ligeiramente maior na história e outras características além das caçadas, mas nada que mude radicalmente a experiência de quem é fã de Monster Hunter World (2018) e Monster Hunter Rise (2021).

Cada uma das 14 armas escolhidas pelo player logo no início da saga possuem características e mecânica de golpes únicos, que se encaixam no estilo de jogo de cada caçador. Para quem está fazendo a primeira viagem para o mundo de Munster Hunter, é possível até responder algumas perguntas a um NPC e descobrir qual arma mais se encaixa no tipo de caçada, personalizando a experiência.

Entre as principais mudanças, o caçador agora tem um companheiro de aventuras: o Seikret, uma montaria bípede coberta de penas, semelhante a um híbrido entre um galináceo gigante e um dinossauro e que, para mim, como fã da saga Harry Potter, lembrou um hipogrifo (guardadas as proporções, claro). O Seikret ajuda o caçador nas batalhas, pode carregar mais itens (uma arma extra) no inventário e facilitar a locomoção pelo gigantesco mapa.

Durante as batalhas contra as dezenas de monstros, o modo de foco (Focus Mode) permite redirecionar ataques, mecânica útil para os combos ou golpes carregados do jogo. Ou seja, enquanto carrega um determinado golpe, é possível readequar a pancada para acertar o monstro em movimento, deixando a dinâmica das caçadas muito mais fluida e imersiva. Alguns monstros também possuem maior resistência (ou fragilidade) em relação a certas armas e até golpes em determinadas partes do corpo, criando uma curva de aprendizado para capturar cada presa.

E, claro, no mapa aberto, o jogador pode interagir com animais, elementos e estações com muito mais fluidez, com o visual do mundo fantástico se tornando um show à parte. O ecossistema reage às mudanças da temperatura, por exemplo, e é possível ver como os arredores ficam diferentes à medida que avançamos na história. Animais maiores são predadores dos menores, e não é incomum encontrar, em um ‘passeio’ pelo mapa, a tal ‘lei da selva’ operando. 

Apague a luz e seja transportado para outro mundo

Em termos de direção de arte, design, ambientação e design de som, o espetáculo em Wilds complementa a experiência já imersiva do mapa aberto. Músicas e efeitos sonoros não só dos monstros, mas de armas e locomoção, por exemplo, fazem jus à tradição japonesa da CAPCOM. Sombras, reflexos, raios e águas - em geral, texturas - são pontos fortes. Detalhes também enriquecem a experiência de fãs exigentes. Na mineração é possível ver claramente a quebra das pedras em pedaços pequenos, que são, então, coletados pelo caçador, um a um. Simples, bonito e efetivo.

Talvez por tantos pormenores e por ser a primeira aventura dá série no mundo aberto, o desempenho (principalmente no PC) é um dos principais pontos que alarmam os usuários. Na Steam, até mesmo gamers com computadores avançados reclamaram de travamentos, quedas em fps e até os tenebrosos ‘crashes’. Pelo Xbox (minha console), as críticas são melhores e o ‘modo performance’ pode deixar a jogabilidade mais fluida, apesar da queda na qualidade da imagem. Para alguns jogadores exigentes, pode ser um problema. Para outros, nada que atrapalhe o divertimento.

O modo multiplayer (co-op online) também segue uma pedra no sapato (dos gamers e da CAPCOM). Não é incomum ver jogadores relatarem dificuldade enorme para dividirem as caçadas com amigos, além de outros que desistem do co-op inteiramente para focar somente no modo offline. 

Mundo aberto veio para ficar?

Wilds, mais recente capítulo da franquia Monster Hunter (que começou lá em 2003) é um jogo cativante, bonito e cheio de personalidade, que tem a promessa de cativar os jogadores veteranos assim como os que estão conhecendo agora o universo fantástico dos caçadores de monstros. 

O mundo aberto, talvez a principal mudança, é um ponto controverso, com alguns gamers sequer categorizando o jogo como tal (apesar dos desenvolvedores defenderem que sim, é mundo aberto). Uns amam e uns odeiam, e não é incomum ver jogos que se aventuraram no mundo sem telas de loading e depois desistirem (como o pulo do The Sims 3 para o 4). 

Fato é que, para quem gosta de se sentir em casa nos mundos fantásticos imersivos que convidam a explorar, vai ser muito fácil e divertido se sentir um grande caçador de monstros. O jeito é testar para ver.

Monster Hunter Wilds está disponível para Playstation 5, Xbox series X/S e PC.