Uma nova rota turística foi lançada oficialmente nesta terça-feira, 19 de agosto, pelo governo de Minas durante a feira Travel Next, no Expominas. Idealizado em 2023, o Caminho da Agonia é um percurso de 61 km entre os  municípios de Cristina e  Itajubá, passando por Maria da Fé e Pedralva. Como uma rota autoguiada, pode ser percorrida pé, de bicicleta ou em veículos 4 x 4.

Neste ano, foi criada a Associação Peregrina Amigos do Caminho da Agonia, responsável pela gestão, manutenção e promoção do percurso. De lá para cá, a rota foi sinalizada e ganhou um site, em uma parceria com o Sebrae Minas. Coube à entidade promover a capacitação dos pequenos negócios, entre hospedagens, restaurantes e agências de receptivo existentes nos destinos, para melhor receber os peregrinos.

O percurso pode ser feito a pé, de bicicleta ou em veículos 4x4; na foto a Catedral de Bambus, em Cristina - Foto: Rafel Rezek / Divulgação

Inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, o Caminho da Agonia faz paradas estratégicas na Paróquia do Divino Espírito Santo em Cristina, na Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes em Maria da Fé (foto abaixo, crédito: Rafael Rezek / Divulgação), na Igreja de Nossa Senhora Mãe Navegante em Pedralva e no Santuário Nossa Senhora da Agonia em Itajubá.
 
Além da religiosidade, o percurso revela belíssimas paisagens e um pouco da cultura gastronômica local: os cafés especiais de Cristina; os azeites 100% brasileiro de Maria da Fé, os doces, cafés e cachaças de Pedralva e o pastel de farinha de milho de Itajubá, transformado em patrimônio imaterial do município, além de toda a hospitalidade mineira.

Com dois anos completos em março, aproximadamente 1.700 peregrinos já passaram pelo caminho. Para Rafael Rezek, presidente da associação, lançar o caminho como rota prioritária do governo de Minas é importante para atrair mais turistas para a região. "Temos de trazer mais peregrinos, mas também precisamos ter condições de hospedá-los", salienta. São apenas cerca de 600 leitos nas quatro cidades.

Para fazer o percurso, o peregrino tem o apoio do site Caminhos da Agonia, onde encontra informações do roteiro, pode agendar as hospedagens e contratar as agências de receptivo, além de conhecer os pontos de apoio. Ao começar o trajeto em Cristina, ele adquire uma credencial ao custo de R$ 25 e que o identifica como peregrino — a cada etapa, ganha um carimbo. Ao final da peregrinação, recebe um certificado digital por e-mail ou WhatsApp.

O percurso começa na Paróquia do Divino Espírito Santo, em Cristina, na Serra da Mantiqueira - Foto: Rafael Rezek / Divulgação

Juntamente com os Caminhos da Agonia, foi lançada a rota Caminhos Franciscanos, que passa pelas cidades de Teófilo Otoni, Itambacuri, Lajinha e Frei Gaspar, em um percurso de 42 km. Criada em 2019, o roteiro se consolidou após o mapeamento técnico que valoriza o potencial religioso, os atrativos naturais, culturais e gastronômicos da região, além da produção artesanal e do turismo de base comunitária.

Para o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, o lançamento das duas rotas é um marco na consolidação de Minas como destino plural e competitivo. "Elas traduzem a essência da nossa mineiridade, ao mesmo tempo em que oferecem experiências únicas que conectam espiritualidade, natureza, cultura e história", destaca.

No caminho, o peregrino desfruta do contato com a natureza; na foto, o Pedrão, atrativo natural de Pedralva - Foto: Rafael Rezek / Divulgação.

"Quando falamos de turismo em Minas Gerais, nós obrigatoriamente falamos de pequenos negócios que geram emprego e renda. Hoje, 99% das empresas da cadeia do turismo são micro e pequenas empresas. O Sebrae vem fomentando, capacitando e qualificando esses pequenos negócios para a criação de novos produtos turísticos. Essas duas novas rotas mostram a importância do turismo religioso nessa diversificação dos produtos turísticos em Minas", conclui Nathália Heringer Milagres, coordenadora do Programa Check in Turismo do Sebrae Minas.

O Check-in Turismo é uma iniciativa do Sebrae Minas que visa fomentar o turismo em Minas Gerais, melhorando a competitividade de pequenos negócios locais e estruturando produtos e destinos turísticos. Ele atua na qualificação de empreendedores e no fortalecimento das cadeias relacionadas ao turismo em diversas regiões do Estado.