Elia Schramm, um dos chefs cariocas festejados da atualidade, define o Botafogo como o “bairro boêmio alternativo da Zona Sul do Rio”. E foi lá, na Real Grandeza, o lugar escolhido por ele para abrir, em parceria com Flávio Gomes (foto abaixo, crédito: Alvaíde Ka / Divulgação), o Bar Jurubeba. “O Botafogo vive a efervescência da noite que um dia foi da Lapa e, a seu modo, diferente da região Central, traz uma juventude animada e disposta a varar a madrugada em busca de um trago e um afeto”.
A cinco quarteirões dali está a Rua Arnaldo Quintela, eleita pela revista “Time Out” como a rua mais “cool” do mundo, isto é, “legal”, “descolada”, “autêntica”. A lista da revista levou em consideração a “vibe”, ou seja, o senso geral de comunidade e como os frequentadores da via pública interagem com aquele espaço. Pequena – cerca de 800 m – e movimentada, a Arnaldo Quintela agora vive engarrafada nos finais de semana.]
O grande número de oficinas mecânicas deu lugar aos bares que lembram os botecos mineiros, como Quartinho, Belisco, Culto, Xepa, Lemô, Botero, Calma, Treme Treme e Kalango. Só nas ruas adjacentes, como General Polidoro, Rodrigo de Brito e Fernandes Guimarães, somam-se mais 15 a 20 bares. Nos últimos cinco anos, restaurantes de chefs renomados começaram a se instalar na região, tornando o perfil do público mais diversificado.
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Curiosamente, a Arnaldo Quintela começa (ou termina) na rua da Passagem. Até uma década atrás, o Botafogo era considerado um bairro de passagem entre o Centro do Rio e a Zona Sul tradicional – Copacabana, Ipanema, Leblon, Lagoa e Jardim Botânico. Nos últimos cinco anos, o bairro se reinventou com revitalizações urbanas, e empreendimentos de chefs jovens e criativos começaram a se instalar na região, inflando, inclusive, o mercado imobiliário.
Uma pesquisa realizada no ano passado pela revista “Exame”, baseada no metro quadrado do Índice Aluguel Quinto Andar Imovelweb, mostrava o bairro como o quinto mais caro do Rio de Janeiro, com o metro quadrado em torno de R$ 12.933, segundo a FipeZap, superando até ícones da cidade, como Copacabana. O Botafogo mistura edifícios residenciais e comerciais altos com casarões antigos, o que o tornou alvo de famílias, casais e jovens.
O cartão-postal do bairro é a enseada da Praia do Botafogo (foto acima, crédito: Pedro Kirilos / Riotur), com uma das paisagens mais icônicas da cidade, o Pão de Açúcar. Da maioria das ruas, se avista o Cristo Redentor. Um programa legal é alugar uma bicicleta e percorrer o Aterro do Flamengo até o bairro da Urca; outra é assistir a um filme na Estação Botafogo, na rua Voluntários da Pátria. No Rio de Janeiro, diferentemente de Belo Horizonte, os cinemas de rua ainda resistem.
O bairro também tem locais encantadores, como a Casa Firjan (foto abaixo, crédito: Alexandre Macieira / Riotur), na rua São Clemente, um palacete que funciona como centro cultural. A Casa de Rui Barbosa (@casaruibarbosa), onde morou um dos maiores juristas do Brasil entre 1895 e 1923, foi o primeiro museu-casa do país: mantém mobiliário original, carros da época – Vitória, Cupê e Landau – e uma biblioteca com livros e documentos históricos. É uma das mais antigas e belas chácaras ainda existentes na cidade.
Os jardins revelam uma paixão de Barbosa: a jardinagem. Espécies nativas, como sapoti, aroeira e araçá, além de mangueiras, jambeiros e uma lichia centenária, compõem o cenário. Um empório serve um dos melhores cafés da manhã do Rio de Janeiro. Você pode escolher o espaço climatizado, com belíssimos azulejos originais de 1902, ou as mesinhas na área externa, ao ar livre. Como é muito concorrido, recomenda-se reservar a visita.
É no Botafogo que se localiza um dos mirantes mais bonitos da cidade, o Dona Marta. O passeio guiado leva para contemplar o nascer do sol. Quer algo de tirar o fôlego? Reserve uma mesa no peitoral do Brewteco Botafogo, no terraço do Botafogo Praia Shopping. Além da culinária saborosa, você terá o Pão de Açúcar no seu campo de visão, com o mar salpicado de barcos na Marina da Glória e o movimento do Aterro do Flamengo. É um privilégio!
Botafogo tem uma localização estratégica. É servido pela Linha 1 do metrô, com fácil acesso a bairros como Copacabana, Flamengo, Laranjeiras e Cero. Para se hospedar bem e perto do bairro, escolha o Hotel Windsor Florida (foto abaixo, crédito: Paulo Campos), quase à porta do metrô, com ótimo custo-benefício e conforto sob medida, ao lado do Palácio do Catete. A rede Windsor possui 15 unidades na cidade – oito em Copacabana, quatro na Barra da Tijuca e três na região Central.
O Botafogo é hoje um bairro com cena gastronômica pulsante. De pizzarias artesanais a cafés minimalistas, a região oferece uma viagem gastronômica e uma noite muito animada, uma verdadeira síntese do renascimento como destino turístico. Nesta matéria, selecionamos dicas de lugares para você conhecer no Botafogo, com preços honestos e muita comida boa. Esta matéria, lembre-se, não é sobre comida, é sobre viver uma experiência diferente na Cidade Maravilhosa.
Belisco
Monique Gabiatti acabou de ser eleita “chef revelação” pelo Prêmio Rio Show de Gastronomia. Ela e a sommelière Gabriela Teixeira comandam o Belisco, o bar de vinhos do Botafogo conhecido pelo seu clima intimista e acolhedor, com mesas na calçada e charmoso lounge com sofá. São cerca de 150 rótulos, sendo 60% naturais e orgânicos. Além das bebidas em garrafa a partir de R$ 99, há opções em taça a partir de R$ 22 (150 mL) e régua-degustação. O conselho é experimentar a régua. Ela muda mensalmente e traz três taças de 100 mL de rótulos de uma mesma vinícola (foto abaixo, crédito: Belisco / Divulgação), variando entre R$ 70 e R$ 90, dependendo do produtor.
Para harmonizar com a bebida, há os tais beliscos que podem ser compartilhados, como o ceviche de namorado com wakame (cubos de namorado marinados em calda de cítricos, óleo de gergelim torrado, pimenta dedo-de-moça, cebola roxa, tomate e wakame, com chips de batatas, R$ 45); e a tortinha de ossobuco (ossobuco cozido lentamente no vinho com cogumelos paris e cebola caramelizada, coberto com massa de torta e gremolata, servido com pão quentinho e seu tutano, R$ 61). Os preços são justíssimos.
O nhoque trufado de batata, salteado na manteiga com fonduta de grana padano, salsa trufada e geminha de ovo caipira sai a R$ 49; as almôndegas de cordeiro são temperadas à moda árabe e servidas com tzatziki, molho de coalhada de cabra feita na casa, ervas refrescantes e pepino, acompanhado de tortilhas de trigo com zaatar, por R$ 57. Há opções vegetarianas, seleção de tacos e beliscos doces, como pain perdu, uma rabanada de brioche em fermentação natural, grelhado na manteiga, finalizado com doce de leite, flor de sal, erva-doce fresca e creme inglês de laranja (R$ 39).
Belisco (@belisco.rj). Rua Arnaldo Quintela, 93, Botafogo. Funciona de segunda a sábado, das 18h à 0h.
Brewteco Botafogo
A Brewteco nasceu do desejo dos sócios, entre eles Rafael Thomaz, de unir a cultura dos bares do Rio de Janeiro à produção local de cerveja artesanal, de IPAs a sours, trazendo novidades à cena carioca. A marca já tem oito bares espalhados pela cidade, incluindo um, inaugurado no ano passado, no Morro da Urca, um quiosque de praia e um bar com fábrica na Lapa, todos com personalidade própria.
A unidade do Botafogo é que melhor sintetiza o espírito carioquês da marca: localizado no terraço do Botafogo Praia Shopping, ele tem vista para o Pão de Açúcar (foto acima, crédito: Brewteco / Divulgação) que é de fazer o frequentador suspirar e esquecer o preconceito, caso porventura tenha, com a febre instagramável. Conselho: chegue cedo para pegar uma das mesas do alambrado, de frente para o ícone, a Enseada do Botafogo e a Marina da Glória. Você vai matar os outros comensais de inveja pelo privilégio da paisagem que descortina.
O chope e a cerveja artesanal são as estrelas da casa – são mais de 170 torneiras ativas com rótulos nacionais e importados. No cardápio, entre um gole e outro, petiscos clássicos e sanduíches ganham toque autoral, como o bolinho de arroz, a “famosinha” coxinha sarada envolta em panko e “cocréti” de linguiça calabresa com queijo. Para a hora do almoço, a rabada é campeã em pedidos: ela é assada lentamente em seu molho e acompanha batata, agrião fresco e arroz branco, a R$ 63 (para uma pessoa) e R$ 105 (para duas pessoas).
Quem gosta de fartura, a preços módicos, fique de olho nos combinados – picanha, ancho, fraldinha e galeto, acompanhados de arroz de brócolis, farofa de ovo, batata portuguesa, molho vinagrete e chimichurri, que custam entre R$ 132 (para duas pessoas) e R$ 450 (para quatro pessoas). Há, ainda, saladas, menu kids e sobremesas no cardápio.
Brewteco (@brewteco). Botafogo Praia Shopping, Praia de Botafogo, 400, loja 900, terraço. Funciona de domingo a sábado, das 8h30 à 0h.
Càm O’n Thai
Vencedor do Prêmio Rio Show de Gastronomia como melhor asiático, o tailandês Càm O’n Thai surpreende pela harmonia entre estética, sabor e ambiente. A cozinha é requintada, bonita e saborosa: cada prato chega à mesa como uma composição plástica, marcada por cores vibrantes, aromas intensos e um equilíbrio sutil entre doce, salgado e picante, essência da culinária do Sudeste Asiático.
O espaço, instalado em uma antiga casa com quintal preservado, acrescenta ao banquete o charme da memória carioca. É como se o passado urbano do bairro se encontrasse com a delicadeza oriental, criando uma experiência singular. O serviço discreto e atencioso reforça a sensação de intimidade, tornando a refeição um ritual de calma e sofisticação. Um destaque especial dos pratos é a presença do Queijo Minas Artesanal, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, inserido com criatividade em algumas receitas.
Experimente o summer rolls (rolinhos de papel de arroz com recheio de vegetais e harussame, R$ 36) ou os camarões crocantes (camarões empanados na panko e coco ralado e servidos com glacê de tamarindo, R$ 51) como entrada; Nasi Oreng, comidinha típica da Indonésia (arroz jasmim salteado na wok com porco marinado, pasta de camarão, sambal, picles e ovo frito com gema mole, R$ 69) ou curry vermelho thai (foto acima, crédito: Reprodução / Instagram / @camon.thaifood, pato com lichia com curry artesanal picante, acompanhado de arroz jasmim, R$ 89) como prato principal; mousse de tamarindo com ganache de chocolate branco e crocante de amendoim, a R$ 31, ou um mango stick rice, uma das sobremesas mais tradicionais da Tailândia (arroz glutinoso cozido no vapor, servido com calda de coco, manga madura e feijão mungo tostado, a R$ 29).
Càm O’n Thai Food (@camon.thaifod). Rua Visconde de Caravelas, 111, Botafogo. Funciona de terça-feira a sábado, das 12h às 23h, e domingo, das 12h às 16h.
Ferro e Farinha
Pizzaria vencedora do Prêmio Rio Show de Gastronomia, a Ferro e Farinha é famosa devido às suas pizzas de fermentação natural, assadas no fogão a lenha. O lema do restaurante “grita” na camiseta dos atendentes: “Melhor com as mãos”, ou seja, dispense os talheres. A casa tem unidades no Catete, Botafogo, Ipanema, Leblon e Barra da Tijuca – a do Botafogo tem dois andares, ambiente intimista e acolhedor. Ser apontada pelo evento 50 Top Pizza – considerado o “Oscar das Pizzas”, realizado em setembro do ano passado em Nápoles, na Itália – como uma das melhores da América Latina deu visibilidade à pizzaria.
A massa é fina e crocante, os ingredientes, frescos, e as receitas, criativas e inovadoras. Entre elas, a Kimchúr (costela marinada em alho e gengibre e assada lentamente a lenha, fior di latte, pera e kimchi de rabanete, R$ 62) ou a Lamborghini (paleta de cordeiro assado a lenha, tâmara, fior de latte, mozzarella defumada e molho de iogurte e shisó, a R$ 68). A dica é pedir o carro-chefe da casa, a Scampi (foto acima, crédito: Rafael Mollica / Divulgação, camarões, molho de tomate, muçarela, salsinha, cebola e creme de alho, R$ 66).
Uma publicação compartilhada por 1ª Pizza do RIO entre 100 Melhores do Mundo (@ferroefarinha)
Para celebrar a premiação, o chef Sei Shiroma criou três novas receitas inspiradas nos sabores da Itália, entre elas a primeira doce, Nessun Dorma (mozzarella, calda de nocciola e chocolate, creme de pistache com chocolate branco, a R$ 68). O nome do estabelecimento não é à toa: as pizzas são feitas com farinha italiana e ovo caipira, a dose necessária de ferro. Os drinks têm nomes curiosos, como o Onça-Pintada (gim, mix de maracujá com baunilha, limoncello e suco de limão (R$ 37). Vale muito arriscar nas novidades.
Ferro e Farinha (@ferroefarinha). Rua Arnaldo Quintela, 23, Botafogo. Funciona de domingo a sábado, das 18h à 0h.
Gato Café
A ideia é muito boa: um café temático para você levar seu bichinho de estimação e, quem sabe, até adotar um. Com quatro unidades no Rio, o pet cat oferece pães, mistos quentes milk-shakes, frappecats, sanduíches e, é claro, café. O menu vem à mesa com muito charme – pão com banana, waffles, pizzas artesanais de fermentação lenta e assadas na hora e doces em formato de gatinho. No caso das pizzas, são quatro sabores: Miaurgherita (R$ 55,90), 4 Patinhas (R$ 59,50, referência a quatro queijos), Catlabresa (R$ 57,50) e a Ronrontella (R$ 49).
O sucesso da casa do Botafogo é a Torre Miau-Miau, com comidinhas doces e salgadas para serem compartilhadas, a R$ 95. O menu ainda inova com uma linha saudável, a Gateiro Fit, com bowls, iogurtes e mix de folhas. O visitante ainda pode montar seu Waffle Gatíneo, combinando acompanhamentos como frutas, caldas, cremes, queijos e sorvete. As bebidas seguem o mesmo conceito, com destaque para Catpuccino em diversos sabores (a partir de R$ 17,30), Catpink Lemonade (R$ 19,90) e os drinks com gatinhos pendurados na taça.
Por sinal, os bichanos estão lá em uma sala em anexo (foto acima, crédito: Paulo Campos), livres e dóceis, em busca de um dono para serem adotados. Pagando por tempo de permanência, os visitantes podem interagir com os bichanos e até descobrir um para chamar de seu. Arquiteta por formação e apaixonada pelos felinos, a proprietária Giovanna Molinaro voltou de uma temporada no Japão com essa ideia: combinar café e adoção. Em quase cinco anos de história, o Gato Café já proporcionou mais de 750 adoções responsáveis, reafirmando sua missão de acolher,
Gato Café (@gatocafeoficial). Rua das Palmeiras, 26, Botafogo. Funciona de segunda-feira a domingo, das 9h às 19h.
Jurubeba
O Jurubeba é um boteco no sentido literal. Com direito a mesas na calçada, muito burburinho e gente de pé tomando cerveja estupidamente gelada. Tudo ao som de um samba ou MPB. O proprietário é um “velho conhecido” da gastronomia carioca, Elia Schramm, dono do Babbo Osteria e Francese, ambos em Ipanema. “O Jurueba é um desejo do meu lado carioca”, comenta Schramm, um suíço com alma carioca que reconhece seu lado suburbano herdado da mãe. Crescido na Lapa, virou um bom frequentador de botecos. “O Jurubeba é muito mais um desejo pessoal do que um negócio”, comenta. Para montar a nova casa em parceria com Flávio Gomes, esteve em Belo Horizonte experimentando a “comida di buteco”. É assim que diferencia o boteco mineiro do carioca: “O boteco carioca é um lugar de encontro, de flerte, de sassarico, de alma, de estado de espírito e das histórias que são contadas lá do que realmente da comida”.
O nome é inspirado em uma planta do sertão, que Gilberto Gil transformou em verso na música “Jurubeba”: “Feito vinho, feito chá/ De licor, de infusão/ Jurubeba, jurubeba, planta nobre do sertão”. No cardápio do chef Fabiano Soares, destaque para o Mocotó do Jurubeba (caldo com feijão branco, paio, farofinha e cheiro verde, R$ 21); Moelinha Ferrugem (moela de galinha na pressão com molho ferrugem e salsinha, R$ 38); Maria Bonita & Lampião (queijo coalho grelhado na chapa com melado picante e crocante de caju, R$ 37) e a famosa Batata de Marechal (foto acima, crédito: Rodrigo Azevedo / Divulgação) com linguiça acebolada, alho e um ovo estalado por cima, R$ 33). Não ficam fora do cardápio petiscos clássicos, sandubas recheados e sobremesas.
Na carta de bebidas tem batidas e drinks criativos – experimente o Flor de Jurubeba (com jurubeba, hibisco, baunilha e borbulhante de caxiri, R$ 28). De segunda a domingo, o Jurubeba oferece almoço com releitura de clássicos: baião de dois na segunda (R$ 54), arrumadinho mineiro na terça (R$ 51), picadinho carioca na quarta (R$ 59), arroz de frutos do mar, aioli e limão na quinta (R$ 64), feijoada na sexta (R$ 52), escalopinho ao molho madeira com arroz à piiamontese na sexta (R$ 79) e bacalhoada do Juru no domingo (R$ 82). Programa perfeito para mineiro no Rio.
Jurubeba (@jurubeba.bar). Rua Real Grandeza, 196, Botafogo. Funciona de segunda-feira a sábado, das 12h à 0h, e domingo, das 12h às 23h.
Le Signatures
O Signatures é o primeiro restaurante-escola da Le Corden Bleu na América Latina. O ambiente é sóbrio, elegante e sofisticado, mesclando o clássico com o moderno. Constantemente renovado, o menu é comandado pelo chef marroquino Mbark Guerfi. A sugestão é o menu do chef (foto abaixo, crédito: Paulo Campos) alterado semanalmente e com preço fixo (R$ 170), com opções de entrada, prato principal e sobremesa, ou acrescentado da harmonização de vinhos (R$ 290).
No dia da minha visita, o rega-bofe iniciou pela cesta de pães artesanais, com manteiga e azeite de ervas, seguido do minestrone da Lombardia (sopa italiana com legumes, carne, feijão branco, massa curta e lasca de grana padano) como entrada; a fraldinha laqueada ao molho de ostras com mousseline de grão-de-bico ao azeite e tahine como prato principal e a tartelette de caramelo com flor de sal, ganache de chocolate e chantilly de chocolate como sobremesa.
Uma publicação compartilhada por Signatures by Le Cordon Bleu (@signatures_rj)
Os clássicos franceses estão lá: o steak tartar com chips de tubérculos (R$ 97), escargot à la bourguignonne com 6 e 12 unidades (R$ 108/R$ 182), a sopa de cebola gratinada com queijo gruyére (R$ 72) e o foie gras au torchon modo Signatures, mini beghrir, chutnet de agu e geleia de cupuaçu e cesta de pão Maison (R$ 175). Os insumos brasileiros dão um toque diferenciado à culinária francesa. Para quem preferir ter uma experiência mais completa, pode pedir o menu-degustação ao preço de R$ 638 por pessoa ou R$ 836 com harmonização de vinhos. A experiência só pode ser apreciada de terça-feira a sábado, das 12h às 15h. Por causa dos poucos lugares, se não quiser entrar na fila de espera, é indicado fazer reserva.
Signatures (signatures_rj). Rua da Passagem, 179, Botafogo. Funciona de terça a sábado, das 12h às 15h e das 19h às 22h. Reservas: (21) 97236-3218 .
Officina Local
O nome Officina é uma referência ao grande número de oficinas mecânicas existentes no Botafogo, muito antes do boom gastronômico. “Officina tem a ver com o ofício de fazer com as mãos, do artesanal, que é a nossa proposta, a nossa alma: de fomentar os pequenos produtores”, afirma o pizzaiolo e chef Guillardo Rocha. O cardápio logo avisa que é “sazonal, sempre com uma novidade, por tempo limitado”. No dia de minha visita, essa novidade era a Parma D’Oro (R$ 76), uma releitura da pizza de Parma com presunto cru, rúcula e burrata inteira sobre a pizza.
Os produtos revelam sua origem – o parmesão vem de Paiolzinho, e o presunto cru, de Zuca Samumera. Todas as pizzas utilizam ingredientes brasileiros – o queijo, por sinal, é de Minas, da Canastra. A dica é começar com a crochetta Canastra, “uma homenagem a este queijo que é a cara do Brasil”. O croquete, que pode vir a unidade (R$ 14) ou dupla (R$ 26), é recheado com molho bechamel, queijo Canastra e raspas de limão, acompanhado de molho sweet chilli.
As estrelas do menu são as pizzas Antonieta (R$ 59), inspirada na calabresa, com molho de tomate da casa, queijo muçarela e meia-cura da Troçobom, linguiça defumada da Arcos Carballiño, cebola roxa e parmesão da Paiolzinho, e Umbria (R$ 62), feita com cogumelos, alho negro e uma base de queijos brancos. Na receita, mozzarella fior di latte e ricota da Fazenda Vermelha, cogumelos paris refogados na manteiga e no vinho da Beira-Rio Cogumelos, creme de alho negro da Alho Negro do Sítio, parmesão da Paiolzinho, chimichurri e tomilho. O menu ainda oferece tiramisù ao limone (R$ 36), chope Maracujá Ale (R$ 15), vinhos artesanais e drinks autorais, como o Ma Che Naíma (R$ 29), temperado no orégano e gim. O ambiente é simples, porém acolhedor, com um grande forno à mostra.
Officina Local (@offiicinalocal). Rua Arnaldo Quintela, 104, Botafogo. https://www.officinalocal.com.br/cardapio/
The Slow Bakery
Prepare-se para uma experiência diferenciada em termos de café da manhã. Não é à toa que The Slow Bakery levou na categoria Café da Manhã” o Prêmio Rio Show de Gastronomia. Com pouco mais de anos, o sucesso da padaria de Rafa Brito são os pães artesanais, de fermentação natural, feitos com farinha brasileira e italiana e 100% livres de fermento biológico. A produção é em torno de 350 a 400 pães diariamente. A casa oferece um brunch exclusivo aos sábados e domingos.
A inspiração para a padaria veio do pão sourdough californian, rústico, feito com fermento natural, de longuíssima fermentação de até 30 horas e super-hidratado. O cardápio traz produtos orgânicos em suas tartines, prensados, saladas, iogurtes e sucos. Não deixe de experimentar o Café da Casa (R$ 12), que vem do Sítio Santa Rita, da Serra da Caparaó – um detalhe importante, a produção é pensada com base no conceito de sustentabilidade e da qualidade dos insumos, com prioridade para os pequenos produtores orgânicos.
Entre os destaques estão as Panelinhas (foto acima, crédito: Samuel Antonini / Divulgação) com ovo de galinha solta, cozido em cama de molho de tomate da casa com a gema mole, acompanhadas de fatia de slow sourdough, R$ 26), o sanduíche Porcaria (feito com barriga e lombo de porco assado no lastro por 18 horas, desfiado, com chutney de tomate, picles de cenoura e cebola orgânicos, prensado na focaccia, R$ 49); o cold brew (uma bebida intensa e cafeinada, refrescante, com notas de frutas cítricas e amarelas, preparada a partir de infusão a frio, com controle preciso de tempo e temperatura, R$ 17); e os mexidos slow (com bacon artesanal grelhado, cogumelos frescos, tomates assados e verdinhos, orgânicos, tostados na chapa (R$ 34). Tudo muito simples, natural e saboroso para o cliente experimentar em ritmo desacelerado).
The Slow Bakery Padaria / Fábrica (@theslowbakery. Rua General Polidoro, 25, Botafogo. Funciona de terça a sábado, das 8h às 20h, e domingo, das 9h às 17h.