Bicentenário da Independência: Minas comemora data com vários eventos

Faltam apenas 15 dias para a comemoração do bicentenário da Independência no Brasil, mas os Estados já começam a montar uma programação para comemorar da data. Estão previstos exposições, ópera, programas de TV, desfiles e lançamento de livro. A celebração mais grandiosa ocorre entre 6 e 9 de setembro, com a turnê da Filarmônica de Minas Gerais em cidades portuguesas, de acordo com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG). Os eventos têm patrocínio da Cemig, Sebrae Minas, CDL/BH, Apex e Funarte, através da leis federal e estadual de incentivo à cultura.

 

A independência teria começado simbolicamente por Minas em fevereiro de 1822,  quando da janela do Palácio dos Governadores em Ouro Preto, o imperador dom Pedro I declarou ao povo da Capitania de Minas Gerais, o desligamento do Brasil de Portugal. Durante este ano e até o dia 2 de outubro, quando saiu o primeiro ato administrativo  oficial do Império, novos tempos se iniciaram no país. Antes disso Minas gritou, por meio da Inconfidência Mineira, a liberdade como sentido de luta e resistência.

 

Para o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, comemorar a independência do Brasil nas terras onde a liberdade mora desde sempre, Minas Gerais, é louvor à nossa história e à mineirdade. "É um elemento que nos une, eleva e faz com que nessas terras uma cultura única, genuína, patrimônio do mundo, celebre quem somos. Com Tiradentes, com nossos poetas iluministas, com nosso sertão veredas, conosco aqui. Celebrar Minas é celebrar a brasilidade, nascida também aqui", afirma.

 

 

Entre os eventos organizados pelo governo mineiro estão o segundo eixo da exposição “Já Raiou a Liberdade” (@jaraioualiberdae), uma viagem imersiva pela história do Brasil através dos principais acontecimentos socioeconômicos, políticos e culturais que levaram ao processo de independência. A mostra estreará em Ouro Preto no dia 2/9 e passará ainda por Santa Bárbara (29/9 a 9/10), Caeté (20 a 30/10) Nova Lima (10 a 20/11) e Sabará (1 a 11/12).

 

No dia 1º de setembro, a exposição "Hinos do Brasil", até então exposto no Palácio da Liberdade, segue para o Arquivo Público Mineiro para as partituras serem restauradas  — atualmente, os hinos nacionais passam por um rodízio para serem revitalizados  — posteriormente para Brasília para incorporar a exposição alusiva aos 200 anos da Independência do Brasil, no Palácio do Planalto, de 7/9 a 15/11.

 

Está prevista ainda a exposição "Minas, 200 anos de Independência" no Palácio da Liberdade, de 10/9 a 20/12. A proposta é navegar entre três marcos temporais importantes desses dois séculos: 1822, 1922 e 2022. Como Estado, Minas Gerais participou dos debates nos três momentos, comemorando os 200 anos em 1922, sob o comando do então governador Arthur Bernardes. A mostra é uma forma de conectar passado e presente.

 

No Palácio das Artes, o Cine Humberto Mauro exibe a "Mostra Antônio Francisco Lisboa", com destaque para o filme “Rebelião em Vila Rica”, realizado em  1957 pelos irmãos cineastas Geraldo e Renato Santos Pereira, que tem como pano de fundo a Inconfidência Mineira. Na TV Minas, estreia o programa "Rotas da Liberdade", com a exibição da "Ópera Aleijadinho" (28/9, às 13h), em homenagem também ao aniversário do artista, que nasceu em 29 de agosto de 1738, e do concerto da Filarmônica diretamente de Portugal (7/9).

 

No dia 7 de setembro, em Belo Horizonte, a programação  terá desfile militar na avenida Afonso Pena, cortejo pela alameda Travessia, na praça da Liberdade, apresentação dos Dragões da Inconfidência e da Banda da Polícia Militar de Minas Gerais. Desfilles cívicos também acontecerão no dia 7 de setembro nos municípios de Conceição de Ipanema, Medina, Muriaé, Guiricema, Juiz de Fora e Viçosa. 

 

No coreto da Praça da Liberdade, no Festival Internacional de Corais (FIC), corais da capital mineira e de cidades do interior do Estado se apresentam no dia 10/9, das 18h às 20h. Na série "Concerto no Parque", no dia 11/9, às 10h, a Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico tocarão, sob regência do maestro Silvio Viegas, no Parque Muncipal Américo René Gianetti,  o "Hino da Independência", que tem letra do jornalista Evaristo da Veiga e música de dom Pedro I.

 

 

O dia 7 de setembro também terá programação especial em outras cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Petrópolis (RJ). A partir de 7/9. a Universidade de Coimbra exibe a exposição "A Universidade de Coimbra e o Bicentenário da Independência", com registros da imprensa oitocentista e documento como a matrícula do primeiro aluno do Brasil na Faculdade de Leis, em 1579. A mostra reúne registros bibliográficos e documentais pré e pós-coloniais da relação entre a universidade e o Brasil. De 1º a 30/9, o Palácio das Necessidades, em Lisboa, abre exposição sobre o bicentenário, apresentando documentação relativa à independência e sua relação com Portugal.

 

 

No campo da literatura, será lançado o livro "D. Pedro II e Portugal", no Museu Imperial, que busca analisar e divulgar os elos que ligavam o imperador e sua terra natal, a partir de manuscritos e outros itens do acervo do museu localizado em Petrópolis (RJ). Também está previsto o lançamento em Brasília da história em quadrinhos "Pedro e o Imperador", primeiro produto do projeto “Brasil em Quadrinhos", do Ministério das Relações Exteriores.

 

No âmbito do projeto multidisciplinar 200 anos, 200 livros, serão produzidos o podcast "200 livros, 200 histórias" e o documentário "200 Livros, Quantas Mulheres?''. O projeto é uma parceria entre o jornal "Folha de S. Paulo", a Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA) e o Projeto República, do núcleo de pesquisa da UFMG. A partir da sugestão de intelectuais, a iniciativa chegou a uma lista de 200 obras literárias para entender melhor o Brasil.

 

O podcast terá 200 episódios que convidam à leitura de cada um dos livros, com 200 trilhas sonoras originais. As análises serão narradas por vozes conhecidas da língua portuguesa e acompanhadas pela música que o maestro Pedro Teixeira da Silva Campos. Já o documentário provoca uma reflexão sobre o papel da mulher na literatura e na sociedade brasileira. Produzida em 4K, a obra aborda as mulheres curadoras e as mulheres escritoras.