Cruzeiros

Gigante navio Seaview estreia em águas brasileiras

Inspirado nos condomínios de Miami, “irmão gêmeo do Seaside aposta em tecnologia, áreas abertas e muitas novidades no entretenimento

Por Paulo Campos
Publicado em 13 de dezembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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A temporada de cruzeiros marítimos 2018/2019 terá um crescimento de 15% em relação ao ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), embora o número de navios no litoral brasileiro seja o mesmo de 2017. O responsável por esse aumento é a estreia do Seaview, da armadora italiana MSC.

O navio atracou na penúltima quarta-feira (5), no Rio de Janeiro, com a promessa de oferecer uma “experiência nova” e de ser um “divisor de águas da indústria brasileira”. Com capacidade para 5.331 passageiros, o Seaview cumprirá temporada até abril, partindo dos portos de Salvador (BA) e Santos (SP).

As escalas acontecerão em Ilhéus (BA), Búzios e Ilha Grande (RJ) e Ilhabela (SP). Dois outros destinos testados no ano passado e que foram bem-sucedidos, Porto Belo e Balneário Camboriú (SC), entram nos roteiros. Lançado em Gênova, na Itália, em junho deste ano, o Seaview é o navio mais moderno da frota da MSC.

E não é à toa, o transatlântico é superlativo em tudo: 323 m de comprimento, 72 m de altura (equivalente a um prédio de 30 andares), 2.066 cabines, 1.413 tripulantes, 11 restaurantes, cinco piscinas, 11 hidromassagens e teatro com capacidade para 934 pessoas. Tem, ainda, como novidade a bordo toboágua com 160 m de comprimento, tirolesa de 105 m e duas pistas profissionais de boliche.

O embarque

Na penúltima quarta-feira, fui conferir pessoalmente o que a nova embarcação da MSC tem a oferecer aos cruzeiristas. Cheguei ao porto do Rio por volta das 11h, numa manhã ensolarada, para embarque programado às 13h. No porto, estavam apenas dois transatlânticos, mas o Seaview era a estrela absoluta, não só pelo gigantismo, mas pelo estilo classudo.

O embarque foi tranquilo e seguiu os procedimentos comuns nos cruzeiros: despachei a mala devidamente etiquetada no Armazém 5, depois de passar pelo raio-X Tudo sem fila, sem demora! A entrada no navio, mais lenta, me levou ao atrium, na parte central da embarcação, onde muitos convidados já bebericavam drinks e se espalhavam pelo imenso saguão.

Coloridíssimo, os quatro andares do atrium já antecipavam o que vinha pela frente – um navio que aposta no design, no brilho, no exagero e na capacidade de extasiar os sentidos. O piso das escadarias, por exemplo, foi ornado com milhares de cristais Swarovski. No centro, um palco suspenso para apresentações temáticas. Só mais tarde vou perceber que, todo iluminado, o Seaview é muito mais bonito e atraente.

O próximo passo é conhecer a cabine em que ficarei hospedado por dois dias. No check-in, recebo o cartão que servirá para tudo dentro do navio – abrir a porta da cabine, registrar consumo, comprar produtos nas lojinhas.

A caminho do quarto, vem uma surpresa: o elevador com tecnologia digital. No 11º andar, passo à tarefa mais difícil: encontrar minha cabine. Do lado direto, estão as de números pares; do esquerdo, as de impares.

As cabines são como quartos de hotéis: cama king size, sofá-cama, armário, bancada com gavetas e espelho, frigobar e tomadas com todos os tipos de entrada. O banheiro, confesso, é minúsculo, mas os jatos de água quentinha são perfeitos para um relax. Minha cabine tinha varanda e vista para o mar.

O cartão que recebi na entrada tem registrado o pacote adquirido – o meu incluía suíte com varanda, Wi-Fi liberado, drinks, massagem de 30 minutos no spa, reserva de um show por noite e cupons de desconto para lojas e cassino.

 

Aposta na tecnologia inclui aplicativo para os hóspedes

Meu primeiro programa no navio foi um tour panorâmico guiado. Um pouco corrido, reconheço, mas que serve para se situar na embarcação. O segundo foi uma passagem pelo Aurea Spa, que ocupa o deque 7 com cabines de massagem, área termal, salão de beleza, sala de maquiagem, barbearia, spa de unhas, área de ioga e academia, tudo pago à parte.

Ao lado do spa, a academia de 879 m² é um capítulo à parte. As esteiras são instaladas propositalmente de frente para o mar. Como era dia de embarque, não vi ninguém por lá, a não ser os instrutores. Mais tarde, sob os cuidados da massoterapeuta Ellis, fui premiado com uma massagem tailandesa relaxante.

O navio partiu às 13h – do deque 8, bebericando drinks no Seaside Lounge, um dos seis bares do navio, pode-se contemplar uma panorâmica do Rio de Janeiro. Para brindar nossa partida, tempo nublado e chuvinha fina.

Antes da entrevista com o diretor da MSC Cruzeiros, hora de retornar ao deque 8 para almoço no Marketplace, restaurante com serviço de bufê. No cardápio, pizzas e massas preparadas na hora –afinal, você está em uma embarcação italiana –, saladas, legumes, carnes e grelhados, um pouco de tudo para agradar a paladares diversos. Você ainda tem a opção do Ocean Point Buffet, no deque 15.

Mesmo com 11 restaurantes a bordo, a MSC – a exemplos de outros empresas de cruzeiros – divide os cruzeiristas em grupos e estabelecem local e horário para fazer as refeições, especialmente o jantar. Nos demais restaurantes, é necessário agendar dia e horário, algo que se pode fazer pelo aplicativo.

Sim, tem aplicativo! Os cruzeiros estão cada vez mais aperfeiçoando a experiência a bordo. No Seaview, é o aplicativo MSC for Me, que permite acessar o mapa do navio, organizar uma agenda pessoal, consultar as ofertas diárias e fazer reservas em restaurantes, shows, excursões e spa. E você pode deixar os filhos na área kids e ficar de olho pela telinha do celular.

Gastronomia

O tempo é cruel em um navio, passa rápido devido as inúmeras atividades e, se você não se planeja, corre o risco, como eu, de deixar algo para trás. Tive que abrir mão do simulador de Fórmula 1 e do cassino pelo tour gastronômico. No restaurante Butcher Cut, de carnes, degustei um filé-mignon com purê de batatas; no Ocean Kay, de frutos do mar, me apaixonei pelo bolinho de bacalhau com mel de cana e o enroladinho de carne cozido em molho de tomate. Mas um aviso: nunca se deve sair do Seaview sem uma experiência no Asian Market Kitchen, do chef pan-asiátuco Roy Yamaguchi. O complexo oferece três experiências nos restaurantes Teppanyaki (japonês), Asian Fusion (asiático) e Sushi (o nome diz tudo). No Teppanyaki, os hóspedes se instalam ao redor de um balcão e assistem ao preparo dos alimentos nas chapas à sua frente.

Área kids com mais espaço

Por falar em kids, os pequenos são privilegiados ao máximo na embarcação. O Acqua Park tem jatos de água, escorregadores e aqueles baldes que despejam água de repente em sua cabeça. Mas ali só vi adultos! Nas imediações, em 650 m², estão seis espaços dedicados às crianças, com cineminha, Playstation, tablets e, claro, mascotes.

Chama especialmente atenção um espaço colorido, exclusivo para crianças de 3 a 11 anos, parceria com as fabricantes de brinquedos Lego e Chicco. Para filhos menores, os pais podem contratar uma baby sitter para ficar o dia por conta da criança.

Como não estava com criança, aproveitei para passar a tarde na popa do navio, onde está a maior novidades do Seaview: a Ponte dos Suspiros. Imagine você caminhar por uma passarela com piso de vidro a 30 m de altura. Ou quem sabe descer em uma tirolesa e contemplar a imensidão do oceano.

Eu abri mão dessa segunda experiência para descer no toboágua. Já tinha experimentado três das principais novidades do navio em um único dia, só me faltava agora a área de jogos, as hidromassagens, o simulador de Fórmula 1, o teatro e, claro, os restaurantes.

 

 

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