Pirapora

Governo de Minas assume restauração do vapor Benjamim Guimarães

Principal atração turística da cidade estava ameaçada com a cheia do rio São Francisco. Cronograma será divulgado em breve


Publicado em 20 de janeiro de 2022 | 16:31
 
 
 
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O governo de Minas Gerais assumiu integralmente a restauração do vapor Benjamim Guimarães, uma das principais atrações turísticas do município de Pirapora, no norte do Estado. A decisão foi tomada em função da falta de repasses de recursos financeiros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), até então encarregado pela contratação e execução da obra, informa o governo de Minas em comunicado na terça-feira.

O projeto de restauração do vapor Benjamim Guimarães foi aprovado pelas duas instituições em 2019 e a obra iniciada em 2020. O primeiro repasse financeiro do Iphan ocorreu no início de 2021 e foi utilizado no pagamento dos gastos iniciais dos serviços contratados pelo Iepha. Mas os repasses cessaram para ajustes técnicos e administrativos e foi necessário suspender a obra temporariamente. No comunicado, o governo afirmou que em breve divulgará orçamentos e cronograma para a continuação da obra.

Neste momento, governo de Minas, Prefeitura de Pirapora, Corpo de Bombeiros e Marinha do Brasil atuam conjuntamente para proteger a embarcação por conta das chuvas e da elevação do rio São Francisco. Medidas emergenciais foram executadas pela Prefeitura de Pirapora, como a instalação de escoras para evitar deslocamentos laterais, intervenções no casco para permitir a passagem da água e evitar flutuação irregular e reforço do cercamento no perímetro da embarcação, com o objetivo de reduzir a velocidade da água.

O vapor

O vapor Benjamin Guimarães foi construído em 1913 pelo estaleiro norte-americano James Rees e Sons e navegou anos no rio Amazonas, sendo transferido para o rio São Francisco a partir de 1920. Transportou turistas pelo rio, sendo o único em funcionamento. Com capacidade para transportar até 140 pessoas, o tombamento estadual foi aprovado em 1985.

A embarcação fluvial tem máquina à vapor de 60 cavalos de potência alimentada por lenha, com uma capacidade máxima de estocagem de 28 toneladas de combustível. O sistema de propulsão é o de roda de pás localizado na popa, capaz de atingir até 6,5 nós de velocidade máxima. O peso descarregado é de 243,42 toneladas, podendo ainda ser acrescido de mais de 66 toneladas.

O vapor Benjamim Guimarães é um dos últimos no mundo e tem sua história relacionada com o processo de implantação da navegação comercial no rio São Francisco na segunda metade do século XIX. Por recomendação da Capitania dos Portos teve suas atividades interrompidas em 2015 e desde então aguarda recuperação de sua estrutura para retomar sua atividade.

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