Tânger

Legados históricos e modernidade lado a lado

Cidade no norte da África oferece uma herança multicultural; lá, as tradições muçulmanas convivem com algumas influências europeias

Por Léa Cristina
Publicado em 23 de dezembro de 2017 | 03:00
 
 
 
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A sensação de atravessar o estreito de Gibraltar – e entrar por cidades, países e continentes a suas margens – é de uma experiência única. Principalmente se você estiver num veleiro (seja lá quantos pés tenha), em que a proximidade ao nível do mar é menor que a dos grandes navios.

A caminho de Tânger, no norte da África, dezenas de pássaros acompanharam o Royal Clipper, sem que o comando do veleiro soubesse explicar de onde eles vieram e por quê. Um lindo espetáculo, numa área de forte migração de aves. Daí, acorda-se na cidade marroquina, e os variados tons de azul, de céu e oceano, dão vez a uma explosão de cores. O branco da maioria das construções é pano de fundo, em ruas, mercados, balcões, portas e em algumas paredes da cidade antiga, onde o vermelho, o amarelo, o verde, todos, preenchem o cenário.

Os dois lados do estreito de Gibraltar e do Mediterrâneo foram habitados por diferentes civilizações, e, como consequência desse movimento, Tânger conta com uma herança multicultural, em que se misturam legados cristãos, muçulmanos e judeus.

Sua arquitetura beneficiou-se fortemente desse mix. O minarete mais antigo da cidade, por exemplo, foi erguido ao lado de uma catedral portuguesa, cuja fundação serviu de base à mesquita. E, na saída do porto, observa-se, ao lado de edificações árabes, algumas moradias de fins do século XIX, com influência europeia.

Caminhar pela medina (a parte antiga) até chegar à casbá (a área fortificada, onde a cidade foi fundada) é um programa natural para o turista que quer conhecer Tânger. Na parte nova da cidade, há grandes avenidas, prédios e hotéis luxuosos.

 

Portugal
Praias douradas e cortiça

A caminho do estreito de Gibraltar, para quem vem do Atlântico, Lagos, no extremo sul de Portugal, já faz parte de roteiros turísticos que muitos classificam como imperdíveis. Repleta de história e tradição, a cidade é ao mesmo uma das mais cosmopolitas da região do Algarve.

Chegando à orla, a luz vem do ocre e do dourado das falésias. Trata-se da Costa do Ouro. São enseadas cheias de grutas e arcos naturais, de águas refrescantes e límpidas. Um dos principais pontos turísticos de Portugal está aí: a Ponta da Piedade, um monumento natural.

Menos famosa, a cidade de Portimão também se destaca por sua costa rochosa, falésias e areias douradas. Na cidade, temos outro centro histórico de casario branco, com azul ou amarelo pintados aqui e ali.

Outro programa interessante que se pode fazer a partir de Portimão é passear pela serra do Monchique, onde fica Fóia, o monte mais alto do Algarve e do sul de Portugal. São 902 m de altitude, de onde, em dias de tempo claro, se pode ver o Atlântico.

Nas redondezas da vila de Monchique, a 7 km de Foia, visita-se fabricantes do medronho, aguardente tradicional do lugar.

 

Espanha
Málaga de Picasso e Alhambra, na Andaluzia

Uma vez na Espanha, vale fazer como os espanhóis: nas férias, vá a Málaga. Sede da maior festa de verão do país, em agosto, a cidade da Andaluzia funciona como polo da Costa do Sol, no Mediterrâneo espanhol.

Tem praias urbanas, algumas isoladas e outras em pequenas baías. Mas, sendo uma das cidades mais antigas continuamente habitadas do mundo, guarda beleza e história em seu centro antigo, que, além disso, é aconchegante e movimentado.

Na terra de Picasso, a visita a seu museu – um dos mais de 30 da cidade – é obrigatória. Lá encontramos obras de toda a trajetória do artista, como o “Retrato de Lola”, de 1894, que ele pintou aos 13 anos, com sofisticações, apontam críticos de arte. E entre os últimos trabalhos de Picasso, encontramos “Mosquetero con espada”, de 1972, ano anterior a sua morte.

Uma cidade dentro da outra, Alhambra é o primeiro destino de quem vai a Granada. Ali está um complexo de palácios definidos como a principal contribuição da arquitetura islâmica à Espanha. Os famosos jardins de Alhambra também impressionam, assim como as ruínas de casas que existiram ali. O conjunto é Patrimônio da Humanidade.

 

Mais atrativos

Málaga. No centro da cidade, está o mercado de Atarazanas, construído entre 1876 e 1879. Erguido onde existiu uma oficina naval islâmica, ainda conserva o antigo portal de mármore.

Motril. Outra cidade na rota de navegação por essa região do Mediterrâneo é Motril. A 95 km de Málaga, ela é porta de entrada para outra importante atração turística espanhola: Granada, a 65 km.

Pico Mulhacén. Para chegar até Motril, percorre-se a serra Nevada, onde fica o pico Mulhacén (3.482 m), o maior da Península Ibérica. Ele só não é a maior montanha da Espanha: perde para o vulcão Teide (3.718 m), em Tenerife, nas ilhas Canárias.

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