Lisboa

Novo e histórico convivem em perfeita harmonia

Capital portuguesa passa por revitalização às margens do Tejo, ganha novos espaços urbanos, mas sem perder seus traços tradicionais

Por Stéfano Salles
Publicado em 22 de julho de 2017 | 03:00
 
 
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As charmosas ladeiras que conduzem a destinos como Bairro Alto e Alfama, indispensáveis ao turista de primeira viagem e reveladores sobre a alma da cidade, continuam a marcar a paisagem lisboeta. Na região alta ficam os sete miradouros de onde os visitantes se empenham – e se espremem – para registrar as imagens da capital portuguesa para o mundo. Mas quem está em busca de novidades sequer precisa se esforçar pelas subidas históricas: elas estão na área plana da capital portuguesa, repaginada após as intensas obras de revitalização que anteciparam as eleições autárquicas (que correspondem às nossas municipais), marcadas para outubro.

Belém é a Zona Monumental de Lisboa. O bairro histórico não tem metrô, mas é acessível pelos bondes, outra assinatura da cidade. Lá, estão cartões-postais como a Torre de Belém, o Padrão dos Descobrimentos, o Mosteiro dos Jerônimos, onde surgiu a receita do pastel de Belém, e a Pastelaria Belém, onde multidões se reúnem para degustar o melhor da doçaria conventual portuguesa.

Enquanto os frades se dedicam a alimentar o mais saboroso dos pecados, às margens do Tejo, a contemporaneidade divide espaço com a tradição desde a inauguração do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia de Lisboa (Maat), em junho de 2016. Ainda pouco conhecido, o espaço aproxima discussões sobre os três temas que fazem parte dos desafios enfrentados pelas grandes cidades hoje.

Bem perto dali, o Museu Nacional dos Coches está de casa nova: passou para o lado par da avenida da Índia. O prédio antigo, localizado em frente, abriga agora a reserva técnica. O equipamento, dedicado à coleção de carruagens pertencentes à família real portuguesa e peças raras, está agora em um prédio com pé-direito alto, erguido especificamente para esse fim.

O projeto é do arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, em parceria com o português Nuno Sampaio. Três dos maiores orgulhos do acervo são os veículos utilizados para transportar o papa Clemente XI, recebido por dom João V em 1716: o Coche do Embaixador, o Coche dos Oceanos e o Coche da Coroação de Lisboa. A riqueza de detalhes das esculturas que o veículo transportava, como se fosse um altar sobre rodas, impressiona pela beleza, mas os tornava mais pesados e exigia mais cavalos para tração.

Principal área boêmia da cidade, repleta de bares descolados, restaurantes concorridos e opções musicais de procedência sortida, o Cais do Sodré acolhe o fim da noite lisboeta, quando jovens descem do Bairro Alto em busca da adiada saideira. A área foi reinaugurada em março, após obras de revitalização.

Restaurantes

As intervenções tornaram o local mais agradável, com novas áreas verdes e espaços mais amplos para os pedestres, e devolveram à paisagem da cidade um cartão-postal: o Mercado da Ribeira. Lá, desde 2014, os produtos frescos, tão próprios dos mercados municipais, perderam protagonismo. Eles continuam por ali, mas os restaurantes internacionais e seus chefs são hoje a principal atração do local, que fica aberto o dia todo.

 

[entrevista olho] O Cais do Sodré é o novo point boêmio da cidade, repleto de bares e restaurantes [/entrevista olho]


Descontos e mimos em Lisboa e Porto

Principal companhia aérea de Portugal, a TAP percebeu que um número significativo de seus passageiros passava por Portugal apenas para fazer conexão a caminho de outros destinos. Para aproveitar esse fluxo que, naturalmente, já chegava o Porto e a Lisboa, a companhia criou o Stopover TAP, um programa que permite aos passageiros desfrutarem, de acordo com a escolha, de um a três dias, na ida ou na volta, em seu primeiro ponto de entrada na Europa – Lisboa ou Porto, para quem vai do Brasil – antes de chegar a seu destino final, que pode ser na Europa ou na África, sem custos extras com passagens, e com direito a descontos e benefícios oferecidos por empresas parceiras.

O Stopover da TAP inclui uma rede de 150 empresas associadas, que oferecem benefícios como uma garrafa de vinho gratuita em determinados restaurantes (entre eles o Eleven, que tem uma estrela no “Guia Michelin”, e a Tasca da Esquina, no Campo de Ourique), descontos sobre os preços mais baixos na rede hoteleira credenciada e passeios gratuitos, como os feitos por tuk-tuks pelas ruas em bairros de Lisboa, como Baixa e Chiado, ou de micro-ônibus para até 15 pessoas por Sintra.

Gratuidade em Sintra

Alguns percursos incluem entrada grátis em espaços culturais, como o Sintra Mitos e Lendas, atração nova e interativa, voltada para o misticismo, que pretende revelar os mistérios da vila histórica pela música e pela literatura, com recursos multimídia.

A expectativa da TAP é que 150 mil passageiros sejam beneficiados pelo programa até o fim do ano. Anualmente, o país recebe 11 milhões de visitantes. O Brasil é o terceiro maior emissor. À frente no ranking estão Espanha e França.

 

Stopover da TAP

Programa da aérea oferece descontos em ingressos de algumas atrações:

Aplicativo: O app Portugal Stopover (para Android e iOS) e o link no site da TAP (bit.ly/2soXcDK) listam todos os estabelecimentos credenciados.

Lisboa

Oceanário: 15%
Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia – Maat: 50%

Porto

Passeio de trem ou de barco pelo Douro: 20% 

Algarve, Açores e Madeira

Extensões: Em março, o programa incluiu como destinos finais o arquipélago de Açores, o Algarve e a ilha da Madeira, que recentemente teve o aeroporto de Funchal rebatizado de Cristiano Ronaldo, com direito a uma estátua em tamanho real (além de um busto) do astro do Real Madrid.

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