Trânsito

Gastos da Prefeitura de Belo Horizonte com o Move sobem 33%

O plano inicial era que a obra do Move ficasse pronta em meados de 2012 e com custo total de R$ 795,4 milhões, mas passou para R$ 1,06 bilhão e o prazo também foi adiado em um ano

Por Bernardo Miranda / Luciene Câmara
Publicado em 14 de fevereiro de 2014 | 04:00
 
 
 
normal

O plano inicial era que a obra do Move (nome dado ao BRT) ficasse pronta em meados de 2012 e com custo total de R$ 795,4 milhões. Os dados são da Matriz de Responsabilidade da Copa, assinada em janeiro de 2010 entre a Prefeitura de Belo Horizonte e os governos estadual e federal. Quatro anos depois, o quadro é bem diferente: a obra ainda não está pronta, e os gastos subiram 33,3% (são R$ 264 milhões a mais), chegando a R$ 1,06 bilhão.

Os R$ 264,6 milhões a mais seriam suficientes, por exemplo, para construir 139 centros de saúde, semelhantes ao que foi feito em 2012 no bairro Bonsucesso, na região Oeste, ao custo de R$ 1,9 milhão. A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura não explica o porquê do gasto extra. A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) não admite atraso e informou que a diferença está no valor das desapropriações.

Já o prefeito Marcio Lacerda admitiu ontem que o funcionamento do Move, marcado para amanhã, não saiu conforme o previsto. “Falei que seria fevereiro, mas que teria a possibilidade de atraso por ser uma obra muito complexa”, afirmou. No entanto, ele disse que a discussão sobre o atraso é pequena diante da relevância do sistema BRT. “O importante é que Belo Horizonte terá suas obras de mobilidade concluídas até a Copa do Mundo”.

Gastos. Pela Matriz de Responsabilidade da Copa, o Move da avenida Cristiano Machado sairia por R$ 51,2 milhões, o da área central por R$ 56 milhões, e o das avenidas Antônio Carlos e Pedro I, R$ 688,2 milhões. Juntos, os trechos somam 23 km de extensão e R$ 795,4 milhões. Para a mesma extensão, o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, disse anteontem que foram gastos R$ 1,06 bilhão, sendo R$ 761 milhões com projetos e obras e R$ 299 milhões com desapropriações. Isso significa que cada quilômetro custou R$ 46 milhões.

Parte dos aumentos são explicados em aditivos, publicados ao longo de 2012. No primeiro, o valor do contrato da Cristiano Machado quase triplicou, passando de R$ 51,2 milhões para R$ 135,3 milhões. O prazo passou de fevereiro de 2012 para junho de 2013. Na Antônio Carlos e Pedro I, houve uma queda de R$ 100 milhões nas desapropriações, mas as obras tiveram um aumento de R$ 45,7 milhões. A área central também teve gasto a mais, de R$ 56 milhões para R$ 63,84. Os outros gastos não estão no portal.

Inauguração
Datas.
O funcionamento do Move para o público, marcado para amanhã, foi adiado para o próximo dia 8, na avenida Cristiano Machado e área central. Na Antônio Carlos, começa em abril.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!