Após reduzir a velocidade máxima da Via Expressa, a Prefeitura de Belo Horizonte estuda agora diminuir o limite de velocidade no Anel Rodoviário da capital, que atualmente possui trechos com velocidades de 60, 70 e 80 km/h. A proposta do Executivo é dividir a via em dois trechos e unificar o limite de velocidade em cada um deles, sendo em um 60 km/h e no outro, 70km/h . A informação foi confirmada pela BHTrans nesta quarta-feira (18 de junho).

Segundo explica o gerente de Operações do Anel Rodoviário da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, Guilherme Rocha, o estudo estabelece como primeiro trecho o trajeto entre o bairro Olhos D’Água e o encontro com a BR-040. Neste percurso, a velocidade média deve ser fixada em 60 km/h, tendo em vista a inclinação da via e o alto fluxo de trânsito, com maior potencial de acidentes. Atualmente, o trecho tem velocidade máxima de 70 km/h no sentido Vitória e de 80 km/h no sentido Rio de Janeiro.

O segundo trecho, após a ligação com a BR-040 até a altura da Vila da Luz, na região Nordeste da capital, deve ter velocidade de 70 km/h. Nas vias marginais, conforme o gerente, a velocidade máxima deve ser de 60 km/h em todo o percurso.

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“Hoje nós temos três tipos de velocidade diferentes, de 60, 70 e 80 km/h, dependendo do trecho. A ideia é que a gente unifique essa velocidade numa velocidade que seja única, mas, de certa forma, também segura”, explica Guilherme Rocha.

O gerente esclarece que a nova velocidade, contudo, ainda é alvo de estudos por técnicos da prefeitura e não há previsão para implementação. “Está sendo feito um estudo em todo o trecho do Anel Rodoviário para que a velocidade seja adequada da melhor maneira. Esse levantamento ainda não tem uma definição exata, mas a ideia é que a gente faça essa mudança”, finaliza.

Especialista diz que velocidade é baixa 

O especialista em trânsito Silvestre Andrade avalia que a redução da velocidade pode contribuir para a diminuição de acidentes na via, que registrou uma média de 12 ocorrências por dia nos primeiros meses de 2025. “A velocidade é um dos principais fatores causadores de acidentes. Isso pode diminuir a gravidade também, porque, quanto maior a velocidade, mais grave é o acidente”, pontua.

Para o especialista, entretanto, o limite proposto é baixo para uma via que ainda mantém características e funções de rodovia, absorvendo o tráfego das BRs-381 e 040. “Acho que é uma velocidade baixa, que só se recomendaria em casos em que a segurança seja o fator predominante. Isso precisa ser respaldado por um estudo que mostre que as velocidades hoje praticadas ainda são responsáveis pelos acidentes, para justificar uma redução significativa em uma via que ainda é uma rodovia”, avalia.

Novo monitoramento 

Na manhã desta quarta-feira (18 de junho), a prefeitura finalizou o treinamento de capacitação de mais de 60 agentes de trânsito da BHTrans que vão atuar no Anel Rodoviário — repassado à gestão do município no início deste mês. Como encerramento, os agentes participaram de uma etapa prática no sentido Rio de Janeiro/Vitória, na marginal da rodovia, logo após a entrada para o bairro Buritis.

Conforme a PBH, a capacitação teve como foco os procedimentos de sinalização viária necessários para garantir um atendimento seguro e eficiente nas ocorrências que impactam o tráfego no Novo Anel. A formação foi conduzida por técnicos da EPR Via Mineira, concessionária responsável pelo trecho da BR-040 entre Belo Horizonte e Juiz de Fora. A nova turma se soma aos 102 agentes que participaram da primeira rodada de treinamentos, no início de junho.


Treinamento foca em sinalização e atendimento rápido a ocorrências na via Foto: Alex de Jesus / O TEMPO 

Segundo Guilherme Rocha, os agentes vão atuar em três trechos de monitoramento do Anel. “Inicialmente, o Anel será dividido em três segmentos, que estarão relacionados com as regionais da BHTrans. Haverá ciclos de monitoramento pelos agentes e pontos específicos onde eles farão uma base de apoio, aguardando eventuais chamados. A partir do chamado, a equipe se desloca até o local, identifica o problema, realiza a sinalização de forma segura e aciona os meios necessários — seja o SAMU, seja um reboque, seja apoio com nova sinalização”, pontua.

Para auxiliar no trabalho, o gerente de Operações do Anel Rodoviário afirma que o número de câmeras do sistema Olho Vivo deve ser ampliado. Atualmente, a via conta com cerca de dez equipamentos, e a expectativa é que outras 13 câmeras sejam implementadas nos próximos meses.