Um convite a olhar para as histórias e culturas originárias como importante alicerce da identidade brasileira. Essa é a proposta do “CCBB Educativo – Territórios e Saberes” para celebrar o Dia dos Povos Indígenas. No sábado dia 20 de abril, às 18 horas, o programa de arte-educação recebe a multiartista Bêa Puri para apresentar a performance “Tempo de Memória”, que percorre a jornada do povo Puri e instiga reflexões sobre as histórias que foram contadas e as que ainda precisam ser ouvidas.
Para assistir à apresentação gratuita, basta retirar o ingresso na bilheteria do CCBB.
Ao longo dos tempos, os povos indígenas foram retratados de maneira estereotipada, como personagens distantes da identidade brasileira, lembra o coordenador do CCBB Educativo, Danilo Filho.
“A eles foram reservados pequenos espaços afastados da nossa cultura. Compreendemos que é preciso visualizar e viabilizar a presença indígena no CCBB como público e também como produtor de cultura. Assim, ampliamos nosso acesso às suas singularidades ao mesmo tempo que enxergamos quão rica podem ser as trocas realizadas entre nós. Quando nos aproximamos da cultura indígena, reconhecemos que somos habitantes de uma mesma terra e que os saberes ancestrais podem nos ajudar a estabelecer uma relação mais harmônica com ela”.
Contra estereótipos, uma educação plural
É na educação que a semente da mudança é plantada. “Ela nos faz questionar certezas do mundo e nos leva a entender que é preciso repensar e reformular posturas e ações que antes não julgávamos incorretas. Em relação à causa indígena, é a partir desse lugar que precisamos agir: por meio da experiência coletiva e colaborativa”, destaca Filho.
Daniela Chindler, idealizadora do projeto “Territórios e Saberes”, reforça que o trabalho do CCBB Educativo parte do princípio da ocupação. “É um solo fértil das trocas, do diálogo, da horizontalidade do conhecimento, da multiplicidade de visões de mundo. É território de democracia cultural.”
O “CCBB Educativo - Territórios e Saberes”, por meio de sua programação, convida o público a mapear os saberes existentes nos diversos territórios brasileiros. “Investigar o mundo que nos cerca é a raiz da educação e a mediação cultural nos ajuda reconhecer isso, ela nos ajuda, através do diálogo, a olhar para os sujeitos que fazem a cultura. Nessa visão, ampliamos nossa posição de ser e estar no mundo olhando e valorizando nossa própria história. Queremos buscar e apresentar outras referências culturais para o público do CCBB, desestruturando, assim, a hegemonia branca e europeia”, completa Danilo Filho.
CCBB Belo Horizonte
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