Reciclagem

Uso de hologramas pode “reviver” nos palcos artistas mortos

Imagens são novas, não uma recriação com arquivos antigos


Publicado em 10 de novembro de 2015 | 04:00
 
 
 
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Nova York, EUA. Whitney Houston, Michael Jackson e Elvis Presley poderão voltar à vida nos palcos graças a hologramas e a uma nova tecnologia, mais avançada, mas a avidez do público em ver “ao vivo” seus saudosos ídolos ainda não é algo muito claro. Tudo começou em 15 de abril de 2012, quando o rapper americano Tupac se apresentou no festival Coachella, mais de 15 anos depois de ter sido morto. Dois anos depois foi Michael Jackson que se transformou em um “morto vivo” durante a cerimônia do prêmio de música Billboard. Nos últimos meses, as coisas se aceleraram. No início de setembro, a empresa Hologram USA anunciou o lançamento de uma turnê de Whitney Houston, que morreu em 2012, uma série de shows de Billie Holiday, morta em 1959, e espetáculos de humoristas já falecidos.

As “performances post mortem” de Tupac Shakur e Michael Jackson não foram feitas com imagens de arquivo, mas resultaram de imagens virtuais criadas por computador. Já a técnica de projeção tem 150 anos de idade: uma imagem projetada sobre uma tela transparente. Quatro salas já aceitaram receber o espetáculo, segundo o fundador da Hologram USA, Alki David.

Outra empresa norte-americana, a Pulse Evolution, prepara uma comédia musical em torno da história de Elvis Presley, que se apresentará no palco graças às imagens virtuais. Mesmo assim, o interesse do público pelas iniciativas não é claro. “Ver personalidades que já não estão entre nós? Por que não? Há um negócio por trás de tudo isso? Provavelmente. O que me preocupa é onde pode chegar”, além do interesse pela própria perícia técnica, diz Reid Genauer, cantor, guitarrista e encarregado do marketing da Magisto, empresa que está desenvolvendo um aplicativo para compartilhar filmes.

Os designers que pretendem criar um homem virtual enfrentaram durante muito tempo uma teoria segundo a qual à medida que o resultado vai se aproximando da realidade, o espectador vai se concentrando nas imperfeições, cada vez mais irritantes. John Textor, presidente da Pulse Evolution, pensa que essa barreira caiu. Durante a primeira parte de “O Curioso Caso de Benjamin Button”, diz, “o público pensava que estava vendo realmente Brad Pitt” quando se tratava de um rosto virtual, aplicado por computador sobre o de um dublê. Textor trabalha em outros projetos, um dos quais é oferecer a qualquer pessoa a possibilidade de criar sua “cópia” virtual.

Holograma

Física pura

Um holograma é uma espécie de foto tridimensional que só é possível graças à propriedade ondulatória da luz. Enquanto o filme da fotografia tradicional registra apenas a variação na amplitude das ondas luminosas, a holografia, com a ajuda do raio laser, grava as saliências e os vales das ondas, possibilitando produzir imagens em relevo – e, mais recentemente, em movimento. O holograma é uma irreconhecível sucessão de faixas e anéis concêntricos. Quando ele é iluminado por um laser, a luz transforma faixas e anéis numa representação tridimensional do objeto.

Flash

Funcionário. A Universidade do Algarve (Portugal) e uma empresa local criaram um holograma em tamanho real que “trabalha” como relações públicas e interage com as pessoas. Ele tem um conjunto de respostas preconcebidas.

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