Não importa quem será o próximo presidente da República. É certo que a vida dele ou dela não será fácil. O país vai enfrentar uma situação nova que, de acordo com as soluções apresentadas, poderá ser a marca do Brasil do século XXI.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou uma frase na campanha presidencial de 2002 que cabe agora. “Nós vamos fazer primeiro o necessário, depois o possível e, quando menos se esperar, nós estaremos fazendo o impossível”, disse ele naquela oportunidade.
É certo que, desde as gestões de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil tem melhorado. É evidente que as administrações de Lula provocaram um salto importante no que diz respeito à resolução de graves problemas sociais. A manutenção da estabilidade econômica, a criação de empregos, a redução da miséria e a melhoria nos índices relativos à saúde e à educação, ainda que de forma tímida, são exemplos de avanços importantes.
Pois bem, não importa em qual medida, mas os governos do PSDB e PT fizeram o que era necessário. A presidente Dilma Rousseff deu continuidade a essa caminhada. A pergunta que se faz é: E agora? Qual será o grande desafio do próximo presidente?
O país, certamente, precisará manter o ritmo de crescimento econômico e de conquistas sociais. Mas como fazer isso, tendo em vista um certo esgotamento das políticas públicas? É preciso reconhecer que as chamadas políticas sociais compensatórias, ainda que mantidas, não serão suficientes para alimentar ou ampliar o nível de empregabilidade. A estratégia usada até aqui para distribuição de renda também não dará conta de continuar, sozinha, transferindo cidadãos de uma determinada classe para a imediatamente superior. A capacidade de consumo interno está se aproximando de um limite prudencial. As pessoas, especialmente as da nova classe média, estão mais cautelosas no momento de ir às compras.
Por outro lado, o poder público não poderá estender indefinidamente suas ações para alimentar o mercado. O próximo presidente não poderá se restringir à ampliação do Programa de Aceleração do Crescimento ou à isenção de impostos para esse ou aquele setor.
Além dessas limitações, há ainda as questões externas. A principal delas é mesmo a retração das economias europeias e a estratégia norte-americana de criar medidas de proteção de seu mercado interno. Como se tudo isso não bastasse, começa a crescer o nível de conflitos na Europa Oriental e Ásia.
Se havia um ambiente externo muito favorável ao crescimento do Brasil até o momento, o tempo já fechou. E de acordo com as novas previsões, nuvens carregadas se aproximam, criando a possibilidade de chuva. E isso não é pessimismo, é meteorologia – pode dar certo ou não.
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