O golpe está quebrando o Brasil. Desde que Temer assumiu ilegitimamente o governo, a recessão econômica agravou-se, e o próprio Banco Central estima que a queda do PIB baterá na casa dos 3,5% em 2016. A taxa de desemprego também explodiu, ultrapassando 12%. E o pior é que os indicadores para este ano também não são nada bons: os economistas mais otimistas falam em um hipotético crescimento do PIB de 0,5%, enquanto nenhum analista sério arrisca nem sequer prever um alívio no desemprego.
Na contramão da retomada da economia, o receituário neoliberal da dupla Temer/Meirelles certamente já contribui para aprofundar a crise, com o congelamento dos investimentos em políticas públicas por 20 anos, os cortes nas políticas de transferência de renda e a entrega do pré-sal, entre outras medidas que só desestimulam o consumo, a geração de renda e emprego. Além disso, depois de expandir o teto do déficit das contas públicas para quase R$ 200 bilhões em 2016, o governo ilegítimo quer agora elevar o rombo em mais R$ 20 bilhões. Menos arrecadação de impostos, menos investimentos, mais austeridade e menos consumo, eis a bula dos golpistas.
Mas, depois de 14 anos de um ciclo virtuoso de crescimento econômico e social nos governos Lula e Dilma, será vigorosa a resistência dos movimentos sociais e do povo, como, aliás, sinalizam as últimas pesquisas de opinião. A rejeição ao governo Temer atingiu índices estratosféricos em dezembro, entre 46%, segundo a pesquisa CNI/Ibope, e 55%, de acordo com a CUT/Vox Populi. A aprovação do governo, por sua vez, não ultrapassou os 13% em nenhuma das pesquisas, e esse cenário de impopularidade deverá se agravar, por mais que a grande mídia se esforce para esconder o recrudescimento da recessão.
Diante disso, as forças democráticas e de esquerda devem se unir contra a eleição indireta do presidente, caso haja o afastamento de Temer. E o caminho é a antecipação das eleições presidenciais para outubro, com um mandato especial, de cinco anos, para o eleito. Ao lado das eleições diretas, a convocação de uma Constituinte torna-se também imperativa para enfrentar, sem hipocrisia, temas cruciais, como a reforma política, o financiamento das campanhas eleitorais e as isenções fiscais, que alimentaram a espiral da corrupção.
Muito além da verborragia moralista usada pela direita, o desafio maior no combate à corrupção é atacar a privatização do Estado brasileiro. Afinal, como mostraram as delações de executivos da Odebrecht, os políticos e gestores públicos citados agiam, na verdade, como funcionários da construtora. E o que é isso senão a privatização do Estado, sua submissão aos interesses e ao lobby das grandes empresas?
Portanto, a superação da recessão e da crise política exige a construção de um novo pacto, cujo ponto de partida é a eleição direta do presidente e a convocação de uma Constituinte que enfrente, sem demagogia, a reforma política e a gênese da corrupção: a privatização do Estado.
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