O Brasil é o oitavo país no mundo em número de mulheres assassinadas e registra mais de meio milhão de estupros todos os anos.
Mesmo com todo esse histórico de violência contra a mulher, o país nunca testemunhou um levante feminista como o visto agora. Nas últimas semanas, milhares de mulheres tomaram as ruas de Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre para protestar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o machismo que mata.
Ontem, foi a vez de Belo Horizonte. O grito de guerra entoado na praça da Liberdade foi “Fora Cunha”. O movimento “Mulheres contra Cunha” pede a saída do deputado da presidência da Casa por causa de suas “pautas fundamentalistas”.
A cena parece ferver com a aprovação, por comissão da Câmara, de um projeto de lei que dificulta o acesso de vítimas de estupro ao atendimento médico.
A votação aconteceu na mesma semana em que uma participante da edição infantil do MasterChef Brasil, uma menina de 12 anos, foi vítima de assédio por pedófilos nas redes sociais.
A cultura do machismo no Brasil é tão palpável que foi preciso criar uma lei específica para proteger a mulher da violência, geralmente doméstica: a Lei Maria da Penha.
No entanto, a agressão física ou verbal não é a única forma de violência. Todos os dias, mulheres são obrigadas a deixar seus empregos por ordem de maridos ciumentos ou são assediadas despudoradamente nas ruas por estranhos.
O panorama é ainda mais assustador quando é lembrada pesquisa divulgada pelo Ipea, em 2014, que apontou que 26% dos brasileiros concordam que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”.
Com o Enem, o governo parece ter dado passo importante para levar a discussão de gênero às salas de aula. A prova contou com citações da escritora feminista Simone de Beauvoir. A violência contra a mulher foi o tema da redação.
Ser mulher no Brasil nunca foi tão perigoso. A emancipação feminina constitui uma ameaça para certos homens. Daí o porquê dessa mobilização destinada a demonstrar a força das mulheres por meio da ação coletiva.
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