Reza a sabedoria popular “que, quando jovens, somos guerreiros; quando adultos, agricultores; quando idosos, sábios que ensinarão jovens a lutar e adultos a plantar”. Bons tempos aqueles em que a sociedade valorizava os mais experientes e maduros, reservando-lhes papel nobre e destacado.
Os chefes tribais, os pajés, os conselheiros. Ainda hoje isso prevalece em regiões menos urbanizadas, mais rurais ou isoladas. Esquimós têm seu código de conduta moral e ético milenar, que funciona melhor do que quase todas as formas de justiça e policiamento conhecidas, assim como tribos nômades ou africanas. Sempre no absoluto respeito à sabedoria dos ancestrais e mais velhos.
Triste, pois me chega a manchete “Velhinhas japonesas têm cometido, intencionalmente, pequenos furtos para forçar sua detenção e, assim, libertar-se de sua solidão “ . Como assim? Logo o Japão, tido como um país que valoriza sua enorme população de idosos?
Cada vez, vive-se mais e lamentavelmente pior. Párias da sociedade a exigirem cuidados, sem mobilidade, pouco aproveitados ou quase excluídos da sociedade digital, rápida, cheia de fake news, torturados por doenças crônicas e dependentes de cuidadores ou filhos cada vez menos disponíveis e sem tempo.
E falamos de nós mesmos daqui a algumas décadas, pois o envelhecimento populacional é espantoso. Haverá garantias, aposentadorias, direitos e, principalmente, dignidade e qualidade de vida, capazes de nos resgatar de demências, abandono, solidão e sensação de párias da sociedade?
Fora as lendas urbanas de eterna juventude, procedimentos cirúrgicos estéticos, ficção de ciborgues, o que se avizinha é o empobrecimento da sabedoria, do respeito, das tradições e toda uma riqueza de vida que jovens e adultos perdem ao não partilharem um ouvido atento, um tempo sagrado investido no convívio com nossos pais, avós, bisavós e demais idosos que nos cercam. Afinal, glorifico a dádiva de ter sido neto do Zé Cocão, nascido no sertão mineiro, pros lados de Abaeté, Dores do Indaiá, Quartel Geral.
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