Vivemos de mania em mania, de moda em moda, tentando nos agarrar a pequenos milagres ou a grandes ilusões para seguir vivendo nosso agitado dia a dia.
A última é a onda de "esvaziamento mental" , um desaceleramento dessa enxurrada de pensamentos, preocupações e sofrimentos antecipatórios, que nos mantêm em estado de alerta e estresse a cada instante. Surgem "gurus" e oferecem caminhos como se não fôssemos nós os autores e as vítimas de nossa realidade, como se a meditação não fosse milenar, assim como clausuras e monastérios.
O silêncio interior, assim dito, parece coisa de natureba ou riponga. Afinal, estamos submetidos a um bombardeio inclemente de informações e notícias sob a forma de sons e imagens de arrepiar. Tragédias, ameaças, dramas e violências são digeridos junto à macarronada, ao arroz com feijão, à cerveja ou ao refrigerante. Digerimos tudo.
Nós nos acostumamos com essa azia física e mental. É o "novo normal": ser ansioso, nervoso, irritado, insatisfeito, preocupado.
Esvaziar a mente, no fundo, seria a capacidade de desconectar sem sentir culpa. Seria não sentir abstinência das redes, do smartphone, não existir internauticamente, mas interagir e saber usar como meio o ambiente eletrônico, o mundo virtual e relaxar no fim de seu uso. Seria ficar de plantão aos sons irritantes e simultaneamente viciantes dos avisos de mensagens das redes e não sofrer imaginando o que se está perdendo ao não responder às mensagens, temendo uma tragédia, uma urgência do trabalho, um problema sério com os filhos.
Simples, não? Imaginar que o mundo pode seguir rodando sem nossa presença, sem nossa interferência, sem nossa ação; ser acusado de não responder aos whats e aos e-mails ou de não se exibir nas diversas redes sociais; ser um morto-vivo, um rebelde sem causa, alienado tecnológico, mas um feliz relaxado, desapegado, observador da natureza que nos rodeia, aprendiz de sábio.
O desafio é se adaptar ao mundo como ele é, usufruir o que ele nos oferece e, ainda assim, conseguir, no meio de tudo que não para de acontecer, ter momentos sagrados de paz interior, tempo para não fazer nada ou um lazer que desacelere o turbilhão de preocupações, seja sozinho, a dois ou em grupo. Pois quem consegue, sem dúvida, haverá de compartilhar.
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