Há quase um ano, após um jogo pegado entre Galo e Palmeiras no Horto, duelo esse que terminou em igualdade por 1 a 1, o ex-atleticano Leandro Donizete soltou poucas e boas sobre a conduta do jovem atacante Gabriel Jesus. Lógico. Quando se é um atleta conhecido por não ter papas na língua, há sempre a tal necessidade de deixar aquela alfinetada para marcar território. Só que nem sempre a avaliação intempestiva vira realidade e, com certeza, a cada dia que passa, Donizete vem queimando sua língua em relação a Gabriel Jesus.
Em seu ataque de fúria e sarcasmo, o então jogador do Galo questionou qual seria a comportamento de Jesus quando se transferisse para o ríspido futebol inglês. “Quero ver quando alguém chegar mais forte nele na Inglaterra. Ele é um moleque”, vociferava o general atleticano.
E não é que um ano depois, Gabriel Jesus é simplesmente uma das principais referências ofensivas do Manchester City e também da seleção? Nos últimos seis dias, com as duas camisas, o atacante de 20 anos foi às redes em quatro oportunidades, deixando dois gols na vitória sobre o Chile por 3 a 0, e mais dois no triunfo do City por 7 a 2 sobre o Stoke.
Gabriel Jesus é hoje um dos artilheiros da Premier League com seis gols, um a menos que o belga Romelu Lukaku, do Manchester United. E os números favoráveis não param. Lembremos que Jesus passou boa parte da reta final da última temporada lesionado. Mesmo assim, contando todas as suas partidas no Campeonato Inglês desde que chegou, o camisa 33 balançou as redes 13 vezes em 17 jogos. Com a seleção foram sete gols em dez partidas pelas Eliminatórias.
As estatísticas dão conta da eficiência do garoto, que surgiu no Palmeiras justamente sob a batuta de Oswaldo de Oliveira, hoje treinador do Atlético. A hibridez do atleta também chama a atenção. Jesus apareceu como um ponta, e depois, já com Cuca no Palmeiras, foi deslocado para a função de camisa 9.
De imediato, o faro de gol do menino o fez chegar à Europa, sendo a principal aposta de Guardiola para turbinar o ataque do Manchester City. E lá, mesmo alternando uma tripla função, ora ponta, ora referência e até mesmo jogando mais enfiado na área ao lado de Agüero, percebe-se a evolução nítida do atacante.
Quanto às chegadas mais firmes comentadas por Donizete, basta analisar os jogos de Jesus para perceber que não falta vontade e que o atleta não se esconde de divididas. As dificuldades do futebol inglês são claríssimas, mas o atacante brasileiro encaixou-se tão bem à filosofia de jogo que parece um veterano. Jesus aprende rápido. E olha que não tem faltado puxões de orelhas dos técnicos Pep Guardiola e Tite.
O mais importante é que o garoto tem capacidade de sobra para reconhecer suas falhas e buscar o crescimento. Um legado claro de sua infância simples e da luta da mãe diarista, homenageada a cada gol. A camisa 9 da seleção brasileira não esteve em tão boas mãos nos últimos anos. Espero que Jesus continue honrando as tradições deste número, que por muito tempo simbolizou uma ameaça aos adversários, e que ele siga, óbvio, queimando a língua de Donizete.
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