O que o jogador de futebol mais gosta é de gastar dinheiro. A maioria pensa que a vida vai ser assim, mas, quando pendura as chuteiras, vem o susto. Não consegue levar o mesmo padrão de vida de antes. Muitos, se não conseguem se tornar treinador ou auxiliar técnico ou mesmo empresário do futebol, partem para os mais variados ramos de atividade. Vou citar exemplos na coluna de hoje. Quem se lembra do lateral Alfinete, campeão da Conmebol com o Atlético? Hoje ele é proprietário de uma funerária na cidade de Jaú, no interior paulista. O gaúcho Negrini, destaque do Galo na Conmebol, continua em Belo Horizonte e possui uma distribuidora de bebidas na região de Venda Nova. O ex-zagueiro Marcus Vinícius, o Buru, é perito contábil. Já Sandro Barbosa possui loja de mecânica de automóveis. O ex-lateral Júnior, que é baiano e foi campeão mundial em 2004 com a seleção brasileira, veio jogar no Atlético juntamente com Diego Tardelli, pelas mãos de Emerson Leão. Ele gostou tanto da cidade que inaugurou um restaurante na capital e vai tocando muito bem o seu negócio...
... O atacante Reinaldo Rosa, que chegou a deixar Ronaldo Fenômeno no banco, gosta tanto de pagode que criou a banda Pagode do Rei, juntamente com o meio-campista Moacir, o Girafa. Marquinhos, que jogou no Galo e no Inter, possui vários galpões. Leandro Tavares tem, juntamente com a esposa, uma loja de roupas femininas, no Distrito Federal. O ex-zagueiro Helio Pescara fabrica e exporta bolsas femininas, o lateral Alcir tem pousada em Cabo Frio e também é taxista. Já Valdir Todinho é assessor parlamentar e trabalha com o deputado Marques, ex-atacante e um dos grandes ídolos dos atleticanos.
Bola da vez: Edgar, Dirceu Lopes e cia
O ex-volante Edgar (na foto ao lado) é colunista da A Voz da Arquibancada, do Super. Conhece muito de futebol e trabalhou neste ano como auxiliar técnico no interior de Goiás. O também ex-volante Carlos trocou a bola pela Bíblia e é pastor evangélico. O ex-atacante Campos trabalha numa imobiliária em Pedro Leopoldo. Dirceu Alves, destaque do América na década de 1970, que jogou ao lado de Rivelino no Corinthians, ganha a vida vendendo picolé no Parque Municipal. O lateral Wanderlei trabalha no mesmo parque, em Belo Horizonte.
Dirceu Lopes é secretário de Esportes de Rio Acima. O lateral Genilson trabalha em um condomínio em Contagem. Sergio Manoel mexe com exportação e mora em Miami. O ex-atacante Da Silva possui uma distribuidora de bebidas no bairro Ouro Preto, na capital. O ex- goleiro Altair e o zagueiro Laerte são taxistas. O lateral Renato é funcionário da Prefeitura de Paraopeba, o meio-campista Lúcio, que vestiu a camisa do América, se tornou fazendeiro em Três Pontas. Mateus, que brilhou com a camisa do América e no Pinheiros, do Paraná, é engenheiro civil. O lateral Zé Carlos, autor de um dos gols mais bonitos num clássico entre América e Cruzeiro, hoje é secretário de Esportes de Santa Luzia. Waner, que jogava na defesa, tem locadora de veículos em Ouro Branco. O ponta Pedrinho Alegria é gerente de autopeças. O zagueirão João Batista, que gostava de marcar Reinaldo, trabalha num sacolão. Buião, primeiro ídolo atleticano na era Mineirão, é empresário no ramo de transporte.
Futebol e Bíblia
O ex-lateral Ronaldo Luiz, que brilhou no América e no São Paulo, é pastor na Igreja Batista Getsêmani, no bairro Castelo, em Belo Horizonte. O bicampeão mundial se tornou atleta de Cristo após convites do ex-atacante Muller para ir aos cultos na Assembleia de Deus. Ele começou a pregar o Evangelho para os demais atletas e, após pendurar as chuteiras precocemente – por causa de cirurgias no joelho –, não largou mais a Bíblia.
Ronaldo tem 47 anos e há 11 anos foi consagrado ao ministério pastoral.