Cruzeiro
Rival que não veste uniforme
Elenco com baixa média de idade tem tido dificuldade para assimilar responsabilidades
O atual bicampeão brasileiro não é mais aquele temido time de 2013 e 2014, que colocava nos concorrentes bastante apreensão quando eles topavam com a camisa azul estrelada nos jogos do Campeonato Brasileiro.
Não bastassem as dificuldades rotineiras com os 19 rivais da tabela de classificação do Nacional, o Cruzeiro, 13º colocado, tem em 2015 um adversário que vai além das barreiras físicas. Um oponente implacável e que não usa uniforme: a ansiedade.
A cada tropeço celeste no Brasileirão, o técnico Vanderlei Luxemburgo não deixa de citar esse “obstáculo” como justificativa para os resultados ruins. Ainda na opinião do treinador, tal problema se origina pela baixa média de idade de um grupo em formação. Atletas que buscam espaço no tão concorrido cenário do futebol nacional.
Com um plantel de baixa média de idade (25 anos), alguns jogadores considerados importantes e que já foram ou são titulares da equipe possuem de 19 a 22 anos, o que justifica alguns erros, como gols sofridos ao fim de cada tempo das partidas, detalhes que demonstram falta de malícia e inexperiência em certos momentos dos jogos.
Mayke (22), Pará (19), Eurico (21), Bruno Edgar (21), Gabriel Xavier (22), Alisson (22), Marcos Vinícius (21) e Joel (21) são alguns desses. Sem contar o uruguaio Arrascaeta, contratado a peso de ouro e que assumiu uma incumbência nada tranquila: substituir Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, dupla que deu muito trabalho aos adversários. Diante de tanta responsabilidade, já foi sacado da equipe titular. Ao que parece, para ser poupado do momento de turbulência atual.
“Eu sempre falo com os meninos sobre ansiedade, mas isso é natural. Todos que começam agora querem fazer tudo ao mesmo tempo, do jeito deles. Não podemos colocar os meninos como responsáveis, eles são coadjuvantes. Estamos colocando os garotos até para ver se eles amadurecem mais rápido”, explica Vanderlei Luxemburgo.
O treinador celeste destacou que esses jogadores são muito jovens para carregar o peso da equipe. “Em 1958, por exemplo, o Pelé era um menino, e a responsabilidade na seleção ficou com jogadores como Didi e Garrincha, mas o Pelé entrou e foi a sensação. Eu ainda estou procurando o time ideal, com jovens ou não, e, quando encontrar, a tendência é que o time fique melhor”, destacou Luxemburgo.
---
O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.
Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.
Relacionadas
Cruzeiro