No próximo domingo, o presidente Jair Bolsonaro vai passar pela primeira prova de fogo do governo. Essa manifestação, que de espontânea não tem nada, apesar de ele mesmo citar que é, pode trazer consequências irreversíveis à governabilidade do capitão.
Se forem mobilizadas mais pessoas do que o recente protesto contra os cortes da educação, Bolsonaro pode colocar a população contra os congressistas e, consequentemente: o Congresso Nacional contra ele – leia-se centrão e Rodrigo Maia.
Os ex-presidentes Fernando Collor de Melo e Dilma Rousseff sofreram o impeachment porque tentaram enfrentar o Congresso. Aliás, os dois não tinham conhecimento de como funcionava o Congresso. Collor, apesar de ter sido deputado federal entre 1982 e 1986, estava mais preocupado em promover a candidatura dele para o governo das Alagoas e com certeza, à época, não conheceu a fundo os “porões do Congresso”. Já Dilma Rousseff só tinha como experiência participações em guerrilhas, estadia em penitenciárias e administração de uma loja de R$ 1,99, que levou à falência.
Já o capitão ficou no Congresso Nacinal por quase 30 anos e conheceu todas as artimanhas: o famoso toma lá da cá, rachadinhas, divisão de cargos, funcionários-fantasmas e muitas outras peripécias dos excelentíssimos deputados. No entanto, ele não consegue manter um dialogo responsável no sentido de que sejam aprovadas as medidas necessárias para colocar o país no rumo do crescimento econômico.
A esperança de dias melhores pode sofrer duro golpe com a falta de habilidade política, na qual os dedos são mais rápidos que as palavras, e a caneta nervosa das demissões e contratações para os órgãos do governo acabam com a tinta em minutos. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio, ligado ao Ministério da Educação (MEC) e a Embratur são os líderes de mudança de chefia, o que traz insegurança para investidores internacionais, derruba a bolsa de valores e desvaloriza o real.
Nós ainda não alcançamos o fundo do poço, com inflação alta, mas já temos muitos pontos negativos, como índice de desemprego em elevação e queda do Produto Interno Bruto (PIB).
Vamos aguardar ansiosos essa manifestação de domingo e torcer para que os deputados tenham respeito com os brasileiros e aceitem os pedidos que vêm das ruas.
Na próxima segunda-feira, nós vamos saber se, na véspera, foi realizado uma manifestação ou um protesto.