A paralisação parcial das atividades dos servidores do Ibama, que reivindicam melhores salários e condições de trabalho, segue causando transtornos para as montadoras desde o começo de 2024.
A lentidão na emissão de licenças ambientais pela autarquia está atrasando a entrega de veículos, prejudicando lançamentos e elevando o risco de cancelamentos de pedidos.
A Stellantis, dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram, é um dos exemplos mais afetados pela situação. A empresa confirmou que a entrega da picape Titano, produzida no Uruguai, está sendo seriamente prejudicada.
Com 1.600 pedidos na rede de concessionários, a Fiat só conseguiu entregar 43 unidades em abril.
"Identificamos que muitos pedidos em carteira correm o risco de serem cancelados, já que não há uma previsão de data de entrega", informou a Stellantis.
Além disso, a empresa também está aguardando a liberação de documentação para importar veículos que serão comercializados no país, o que pode atrasar lançamentos, como o da segunda geração do Peugeot 2008, previsto para este semestre.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea), Márcio de Lima Leite, também alertou para os problemas no setor durante a divulgação do balanço do mercado brasileiro em abril.
Leite mencionou atrasos em lançamentos e prejuízo nas vendas de importados, incluindo modelos a combustão e híbridos. Os carros 100% elétrico não precisam da liberação do Ibama e acabam sendo favorecidos.
A Nissan, que se prepara para lançar a linha 2025 do Nissan Versa no próximo dia 20, também reconhece que os processos de liberação das importações estão mais longos. No entanto, a montadora garante que, por enquanto, não houve alterações nas programações da marca.
A Renault, por sua vez, está monitorando a chegada do furgão Kangoo, produzido na Argentina. A primeira carga do modelo saiu da fábrica na última terça-feira (7) por modal rodoviário.
A montadora informou que irá acompanhar o processo de liberação dos documentos do Ibama para definir a data de lançamento oficial na rede de concessionárias.
O Ibama afirma que está buscando soluções para agilizar a análise dos processos e minimizar o impacto no setor automotivo. No entanto, ainda não há um prazo definido para a normalização da situação.
As montadoras, por sua vez, pedem medidas urgentes para evitar maiores prejuízos e garantir o abastecimento do mercado brasileiro com veículos.uízo nas vendas, carros elétricos, soluções, perspectivas.