A BYD tem planos de produzir baterias para veículos elétricos no Brasil e a montadora asiática adquiriu direitos para mineração lítio em Minas Gerais. 

A marca chinesa, que irá monta veículos em Camaçari (BA) a partir do final deste ano, planeja verticalizar a fabricação de baterias com matéria-prima nacional, reduzindo a dependência de importações.  

Estratégia no 'Vale do Lítio'

A subsidiária Exploração Mineral do Brasil, da BYD, garantiu em 2023 direitos sobre uma área de 852 hectares (o equivalente a cerca de 1.200 campos de futebol), na cidade de Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha, numa região conhecida como “Vale do Lítio”. 

A área fica a cerca de 800 km da futura fábrica de baterias da BYD, a ser instalada também em Camaçari (BA). O local faz fronteira com áreas da mineradora Atlas Lithium, empresa norte-americana que também realiza pesquisas na região. 

Em fase de pesquisa

Conforme pesquisa feita pela agência Reuters, documentos públicos revelam que, em outubro de 2024, o projeto da subsidiária de exploração de lítio da BYD em Minas estava em fase de pesquisa.

Desde que adquiriu os direitos minerários na área em Coronel Murta, a BYD contratou a Minagem Geologia e Mineração, uma empresa brasileira de pesquisa mineral, mostram documentos públicos. Oficialmente, a BYD ainda não se manifestou sobre o projeto.

Investimentos de R$ 15 bilhões

O Ministério de Minas e Energia destaca que o potencial atrai investidores dos EUA, Arábia Saudita e China, consolidando o Brasil como hub estratégico para a transição energética.

Em julho, a pasta estimava que os investimentos para a produção do lítio no país devem atingir R$ 15 bilhões até 2030. 

Segundo a consultoria A&M Infra, o país pode saltar de 2% para 25% da produção mundial de lítio, graças às reservas em rochas ígneas – mais fáceis de explorar que as salinas com lítio no Chine e na Argentina. 

Prospecção de lítio em Minas

Iniciado em 2012, pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), o "Projeto Avaliação do Potencial do Lítio no Brasil" tem estudado o potencial do lítio em várias regiões do país.

A primeira fase, concluída em 2016, focou no Distrito Pegmatítico de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

A segunda fase estudou áreas na Paraíba e Rio Grande do Norte. Em 2022, a terceira fase foi lançada, abrangendo uma extensa área no leste de Minas Gerais e, também, no Ceará. As informações são da agência de notícias do governo federal.