Moto

Novos modelos agitam segmento das médias

Chegada ao Brasil da BMW G 310 GS e da Kawasaki Versys 300 movimentará mercado das motocicletas de média cilindrada


Publicado em 20 de setembro de 2017 | 03:00
 
 
 
normal

O mercado de motos segue em queda no Brasil – nos oito primeiros meses de 2017, a retração atingiu 18,77%. Mas o cenário de crise parece ser também, para muitas fabricantes, uma oportunidade de se destacar em segmentos que tendem a sofrer menos os efeitos de um período de recessão. E, por esse prisma, o mercado em torno de 300 cilindradas guarda particularidades que o colocam em posição de destaque.

Além de ser uma porta de entrada para modelos de média cilindrada, pode servir de alternativa para quem não está com tanto dinheiro para trocar de carro ou mesmo para quem está em uma categoria superior e quer descer sem necessariamente se sentir fazendo um “downgrade”. E dois lançamentos com chegada garantida ao Brasil em 2018 prometem aquecer esse mercado. Pelo menos entre os modelos aventureiros: a BMW G 310 GS e a Kawasaki Versys 300. Ambas terão como principais concorrentes, além de uma à outra, a Honda XRE 300 e a Yamaha Ténéré 250.

A G 310 GS faz parte da ambiciosa meta da fabricante bávara de vender 200 mil unidades de motos em 2020. Para isso, a BMW conta com uma boa participação do Brasil e do resto da América Latina, e terá o modelo entre os montados em sua nova fábrica, em Manaus, inaugurada em outubro do ano passado – trata-se da primeira unidade da fabricante bávara destinada exclusivamente à construção de motos fora da Alemanha. A moto segue o padrão da linha GS, focada no on/off road, com agilidade para o trânsito urbano e robustez para o fora de estrada. Com 169,5 kg, o desenho se distancia do da naked G 310 R, já produzida no Brasil, por se basear em motos maiores. Mas a motorização é a mesma: um monocilíndrico de refrigeração líquida com 313 cm³, de quatro válvulas e dois eixos de comando, que gera 34 cv a 9.500 rpm e torque máximo de 2,9 kgfm a 7.500 rpm.

Concorrência

A Kawasaki Versys 300 chega para se juntar às já vendidas no Brasil Z300 e Ninja 300, que levam o mesmo trem de força. Trata-se de um propulsor de dois cilindros e 296 cm³, com refrigeração líquida. No modelo, no entanto, ao contrário do que acontece na Z300 e na Ninja 300, o motor passou por algumas alterações que priorizam o funcionamento em baixos e médios giros, para o torque aparecer mais cedo e favorecer a proposta off-road. A potência segue em 39 cv, mas aparece em 11.500 rpm – na Z300, é em 11 mil giros – e o torque máximo é de 2,6 kgfm em 10 mil rpm, 0,2 kgfm a menos que na Z300.

De acordo com a fabricante nipônica, essas mudanças deixaram o trem de força mais eficiente, garantindo autonomia de cerca de 400 quilômetros com seu tanque cheio, capaz de armazenar 17 L de gasolina. A transmissão é de seis velocidades. E as semelhanças com as outras motocicletas de 300 cm³ da Kawasaki acabam aí. Chassi e suspensões precisaram ser feitos especialmente para a proposta aventureira do modelo, assim como seu visual.

Na frente, a Versys 300 usa suspensão telescópica de 41 mm, enquanto atrás o sistema é composto por link inferior Uni-Trak, com amortecedor a gás e ajuste de pré-carga. Já os freios trazem disco de 290 mm na dianteira e disco de 220 mm na traseira, com pinça de duplo êmbolo nos dois eixos.

Apresentação

No Brasil. A BMW G 310 GS e a Kawasaki Versys 300 serão exibidas ao público no Salão Duas Rodas, em São Paulo, que ocorre de 14 a 19 de novembro.

 

Rivais japonesas prometem dar trabalho

A briga de ambas com as concorrentes da Honda e da Yamaha tende a ser grande. A Ténéré 250 é a que perde mais no que diz respeito a desempenho.

Ela aceita gasolina e etanol como combustível, e seu motor monocilíndrico com comando simples no cabeçote e arrefecimento misto de ar e óleo é de 249,45 cm³, com 20,7 cv quando abastecida com gasolina e 20,9 cv em caso de o motor ser alimentado com etanol, ambos atingidos a 8.000 rpm. O torque é de 2,1 kgfm quando com etanol e 2,09 kgfm com gasolina, disponíveis a 6.500 giros. A Honda se sai um pouco melhor no que diz respeito à ficha técnica, com motor monocilíndrico de 291,6 cm³ flex de 25,4/25,6 cv e 2,76/2,80 kgfm de torque, com gasolina/etanol, refrigerado a ar.

Nos emplacamentos de 2017, ambas se destacam. Mas a Honda sai na frente, com quase o dobro de vendas da Yamaha.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!