Avaliação

Renault Kwid: adivinhe quem vem para brigar?

Em pouco mais de dois meses de mercado, Renault Kwid assume segunda posição no ranking dos carros mais vendidos no Brasil


Publicado em 18 de outubro de 2017 | 03:00
 
 
 
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De certo modo, o sucesso que o subcompacto Renault Kwid vem fazendo no mercado brasileiro era, até certo ponto, esperado. Isso porque a montadora francesa conseguiu reunir em um único produto várias peculiaridades que o consumidor procura. A receita do bolo passa pelo estilo, que agrada ao remeter ao visual de um SUV compacto, pela motorização moderna, de três cilindros, que proporciona economia, pela oferta de quatro airbags de série, e o mais importante: pelo preço acessível.

Embora os números oficiais sejam mantidos sob sigilo, estima-se que o Kwid tenha começado sua vida com o número de vendas próximos a 10 mil unidades, um verdadeiro “blockbuster”. Super Motor avaliou a versão top de linha do modelo (Intense) por dez dias. Com preço sugerido em R$ 39.990, o Kwid mais caro sai de fábrica recheado de equipamentos, como o opcional sistema Media Nav 2.0, que é a central multimídia com tela touchscreen de sete polegadas integrada com GPS, além de câmera de ré.

Com o Kwid nas mãos

Dinamicamente, o Kwid faz aquilo que se espera de um carro 1.0 moderno, ou seja, torque decente e potência máxima que não compromete a segurança. O sucesso de vendas da Renault é movido pelo motor 1.0 SCe, de três cilindros, acoplado a um câmbio manual de cinco marchas, que tem bons engates e circula com desembaraço pela cidade, seu habitat natural.

Na estrada, o modelo se comporta como todos os seus pares de potência limitada. No entanto, a suspensão elevada, a 18 cm do chão, é o grande diferencial do Kwid. Permite passar de forma quase despreocupada por buracos e quebra-molas que surgem pelo caminho sem maltratar demasiadamente quem está a bordo. O conforto poderia ser ainda maior se suspensão traseira não fosse tão rígida – provavelmente para evitar a inclinação excessiva da carroceria em curvas.

A posição de dirigir elevada e a direção eletricamente assistida, de série na versão avaliada, agrega conforto no pesado trânsito do dia a dia. Sem dúvida o Kwid chegou para ocupar lugar de destaque nesta galeria e será lembrado como um divisor de águas na categoria. Em suma, o carrinho é um “grande barato”. 

 

Consumo merece destaque

Além da imagem de SUV, outro atributo que anda em alta nestes tempos bicudos é o baixo consumo de combustível, mas sem abrir mão de um desempenho satisfatório. Para isso, o Kwid conta com o motor 1.0 SCe, de três cilindros e transmissão manual de cinco marchas. Com etanol no tanque, ele rende 70 cv de potência a 5.500 rpm e torque de 9,8 kgfm a 4.250 rpm. Com gasolina, são 66 cv a 5.500 rpm e 9,4 kgfm a 4.250 rpm.

Com apenas 758 kg de peso, o Kwid oferece boa relação peso/potência e ainda garantiu nota A nos testes de consumo do Inmetro: registrou 15,2 km/L com gasolina e 10,5 km/L quando abastecido com etanol, em trajeto misto (urbano e rodoviário). Além disso, um indicador de troca de marchas, de série em todas em as versões, ajuda o motorista a encontrar o melhor modo de condução por meio de uma barra com três cores (verde, amarelo e laranja) que “entrega” se ele está dirigindo com eficiência ou não.

 

Espaço interno e acabamento ok

Apesar de ter uma suspensão elevada típica dos utilitários-esportivos, o espaço interno do Kwid é de subcompacto. Com seus 2,42 metros de entre-eixos – dimensão idêntica à do Up –, o novo Renault permite transportar quatro adultos sem problemas. Cinco já acarretam em um aperto generalizado no banco traseiro. No acabamento interno, o Kwid não oferece nada requintado, mas também nada comprometedor. São plásticos rígidos, há uma ou outra rebarba aparente, mas os encaixes são corretos.

FOTO: Rodolfo Buhrer/La Imagem/Renault
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Ele aparenta ser maior do que realmente é

Com formas robustas e para-lamas encorpados, o Kwid aparenta ser maior do que é. A grade frontal ladeada por faróis alongados é similar às dos novos SUVs da Renault.

Na traseira, o discreto aerofólio e o revestimento em preto abaixo da tampa do porta-malas reforçam a esportividade. No centro da logomarca da tampa do porta-malas, fica escondida a câmera de ré da versão top de linha.

O design interno é coerente com o estilo externo e ressalta um aspecto rústico. Muitos detalhes dentro do carro remetem ao Sandero. O compartimento de bagagem acomoda 290 L – 5 L a mais que o do Volkswagen Gol. Com o banco traseiro rebatido, a capacidade chega a incríveis 1.100 L.

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