O vôlei com conhecimento e independência jornalística

A primeira etapa da VNL indicava um caminho.

As finais mostraram outro completamente diferente.

A seleção brasileira se representará em Saquarema para a última etapa de treinamentos antes da Olimpíada com interrogações.

A maior delas está na ponta.

Ana Cristina aparentemente era titular.

O aproveitamento nas 3 etapas de classificação da VNL deu a sensação que a jogadora estava pronta para assumir a posição e quem sabe dividir o protagonismo com Gabi.

Ledo engano.

Bangkok disse não.

Ana Cristina não segurou quando foi exigida e pressionada. Não respondeu como a comissão técnica imaginava.  

A insegurança na recepção, fundamento sofrível, comprometeu contra o Japão. 

Ana virou o mapa da mina dos adversários que perseguiram sem dó a ponteira no saque.

E ela não entregou. Ou melhor, entregou. 

Julia Bergmann foi mais efetiva e assumiu a posição demonstrando muita personalidade, algo fundamental para jogar na seleção.

Outra diferença gritante entre as duas é a coragem.

Julia não tem medo, reage rápido as adversidades, tem mais emocional e está acostumada a ser cobrada, educada pela cultura norte-americana.

E cobrança, diga-se de passagem, não tem nada a ver com idade e a proteção excessiva, além de negativa, de boa parte da mídia.

O raciocínio, baseado em fatos reais, é simples. 

A maturidade tem mais a ver com o tipo de experiência que você teve na vida do que com quantas velas você apagou. E a maturidade impõe escolhas nem sempre agradáveis.

Escolha.

Ana ou Julia?

É o que José Roberto Guimarães terá que fazer nas próximas duas semanas.

O ideal seria desembarcar em Paris com o time titular definido, mas não existe receita ou fórmula ideal.

Mas é aquilo: na dúvida, esqueça as suposições, foque nas evidências.