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Supercopa e Estadual.

Dois títulos em 6 disputados.

E ambos no início da temporada.

Números questionáveis e que certamente pesaram na decisão da diretoria em acabar com a era Nicola Negro.

O italiano, que nunca caiu nas graças da torcida, foi de herói a vilão.

Assim funciona a cultura no Brasil. Seja qual for o esporte. No Minas não seria diferente.

O técnico, foi o maior responsável pela frustrante eliminação na Superliga, mas a diretoria também errou.

E errou porque demorou a enxergar o óbvio e deu poderes demais ao italiano. 

Quando acordou, era tarde. 

Mas o fim, também, pode ser o início.

O blog listou 7 erros cometidos e que foram determinantes para a a temporada abaixo da expectativa com a perda do título continental e as eliminações para Osasco na Copa Brasil e Superliga.

O Minas sequer disputará o Sul-Americano em 2026.

1) A relação entre Nicola Negro e a torcida estava insustentável. Tudo começou com a saída de Carol Gattaz, passou pelo veto a contratação de Macris e a posição do técnico contrária no caso Jenna Gray, dispensada pelo clube. O resto é conversa fiada.

2) O poder centralizador do italiano, antes visto com bons olhos, se virou contra o treinador. Nicola não admitia ser contrariado em suas decisões, impôs regras e esbarrou em resistências internas. 

3) As estrangeiras, indicadas e aprovadas por Nicola, e os reforços não vingaram. Plak foi mais turista que jogadora. Jenna conviveu com altos e baixos e não era unanimidade no grupo. Mas o treinador jamais admitiu rever seus conceitos. 

4) Kisydependência: o time sempre dependeu e priorizou Kisy, primeira, segunda e terceira opções da levantadora norte-americana. Determinação do técnico. 

5) Thaisa: a central sofreu nas mãos de Jenna e no esquema do italiano. Talento desperdiçado. Thaísa 'passou fome' em vários jogos do Minas na temporada. Uma jogadora de decisão que foi privada de decidir.

6) Ponteiras: o Minas passou a temporada inteira com apenas uma ponteira em quadra: Peña. A comissão técnica não teve a capacidade de recuperar Pri Daroit e apostou em Glayce, sugerida por Nicola, mas que não segurou, conforme previsto, nos momentos de decisão. O último jogo reflete perfeitamente o desespero dele e do Minas.

7) Instabilidade: a oscilação foi a marca do Minas na temporada. O time lutou contra a irregularidade em todas as competições que participou. Cada set jogado era uma incógnita. Uma equipe em determinados momentos insegura e sem padrão tático. Já não havia soluções nos pedidos de tempo, fora o 'força' habitual e reações das estrelas, vide Kisy. O Minas foi fraco emocionalmente, diferente de anos anteriores quando crescia na hora mais importante.