O noticiário de segunda-feira registrou festa da torcida do River Plate na concentração dos atletas - mais de 20 mil pessoas fizeram um “bandeiraço” pra transmitir apoio aos jogadores. O noticiário da manhã de terça, dia do jogo, registrou que houve um “foguetaço” na porta do hotel do Atlético durante a madrugada, na intenção de atrapalhar o sono dos brasileiros. Cá entre nós: tem algo inédito aí?
É semifinal de Libertadores, gente. Tudo isso aí a gente também já fez. Apoio à delegação na concentração na véspera do jogo, foguetaço em hotel de adversário… O torcedor quer se sentir parte de alguma forma, entende que depende um pouco dele também. A boa notícia é que, na prática, não depende, ou depende quase nada. Lá dentro são 11 contra 11, e esse tipo de intimidação não ganha jogo.
Talvez o impacto fosse enorme se nosso time fosse feito de um bando de menino. Mas vamos parar pra pensar? Nosso treinador é argentino, tá no quintal de casa e já viveu coisas semelhantes dezenas de vezes, como jogador e treinador. Temos argentinos também na defesa e no meio-campo (Battaglia e Vera), além de vários outros jogadores de seleção, acostumados a todo tipo de “inferninho” por aí (Arana, Alonso, Franco, por aí vai).
Na frente, temos um jogador de Copa do Mundo, um campeão olímpico e dois campeões da Libertadores (um deles metendo gol na final). Vocês acham mesmo que esses caras sentem tanto assim esse clima que é criado pra um jogo desse? Eu não acho. Eu tô até com dor de barriga, mas tenho certeza que o Deyvinho tá agora conversando de vídeo com a esposa, como se nada estivesse acontecendo (plin!).
Além disso, estamos um pouco em casa também. É a terceira vez que o Galo joga na Argentina só neste ano. Se der tudo certo hoje, daqui a 30 dias estamos em território hermano de novo. Nas outras duas visitas, não perdemos.
Óbvio que temos que respeitar o River, sua história, sua tradição, torcida e estádio. Mas é respeitar sem superdimensionar. Os fogos de artifício na véspera são inevitáveis, mas a calmaria da próxima noite depende só do que nossos jogadores vão fazer em campo. Vamos buscar essa classificação, Galo, que eu garanto: a próxima madrugada será silenciosa na capital argentina, sem um pio nos arredores do obelisco.
É hoje!