O Botafogo venceu o PSG. O Flamengo venceu o Chelsea. O Palmeiras empatou com o Porto, mas também tem situação confortável para se classificar às oitavas da Copa do Mundo de Clubes. Até o Fluminense, inferior aos outros três, deve avançar. Enquanto isso, assistimos à competição dos Estados Unidos e refletimos sobre a realidade do Atlético.
Infelizmente, os jogos dos últimos dias serviram pra jogar na nossa cara que, hoje, estamos muitos degraus abaixo dos clubes mais fortes do futebol brasileiro. Poucos dias depois da volta do nosso calendário, o Galo vai enfrentar o Flamengo na Copa do Brasil, e o favoritismo dos caras é enorme. Pode acontecer uma vitória nossa? Claro que sim. É futebol, por isso é tão maravilhoso. Mas eles são muito, muito favoritos, o que gera um incômodo inevitável.
O incômodo nem é pela distância, porque ela já foi nossa realidade em várias outras temporadas. O problema é que experimentamos a “primeira prateleira” do futebol brasileiro, mas ficamos pouco tempo por lá, apesar de terem nos dito, várias vezes, que ali seria o nosso lugar a partir daquele momento.
O Galo de 2021 bateria de frente com esse Flamengo, com esse Botafogo, com esse Palmeiras… e, em um dia inspirado, poderia beliscar vitórias contra gigantes europeus. Não tenho dúvidas. O problema é que aquele time foi a nossa exceção.
Fomos incompetentes pra gerenciar os anos seguintes. Nosso elenco piorou (e muito). Os investimentos, se considerarmos a inflação e o aumento considerável dos custos do futebol, não se mantiveram. O resultado? Fomos engolidos por quem tem projeto ambicioso e vencedor. Voltamos a uma segunda prateleira do futebol nacional, que fica bem distante da primeira.
É duro chegar a essa conclusão, mas é necessário. Entender onde estamos é essencial pra evitar frustrações. Foi o tempo em que o Galo era um rival duro pra qualquer time brasileiro e sul-americano. Experimentamos essa realidade. Foi legal demais, e aproveitamos bem, enfileirando taças e fazendo o próprio Flamengo comer poeira. Mas passou.
Espero que a gente volte pro topo em breve. Até lá, vamos novamente vestir a carapuça do “franco-atirador” que, mesmo em condições inferiores, tenta incomodar. Enquanto não voltamos a ser Golias, vamos continuar torcendo pra que o Galo seja um forte Davi. Afinal, torcer por este clube é parte essencial e inegociável de nossas vidas, e isso não vai mudar.
Saudações.