Dentre os atletas que celebravam no gramado do sugestivo La Fortaleza, o estádio do Lanús, na última quarta-feira, a vaga na final da Copa Sul-Americana, destaco Lucas Romero. Naquele mesmo dia, ele se tornou o jogador estrangeiro com mais partidas pelo Cruzeiro, igualando a marca de 200 jogos estabelecida pelo ex-companheiro, o também argentino Ariel Cabral. 

Romero, obviamente, vai superar o compatriota. E ele é o símbolo atemporal do Cruzeiro. Do time bicampeão da Copa do Brasil ao estágio atual. Sem contar suas virtudes técnicas e os ajustes que vêm buscando sob o comando de Fernando Diniz. O que não é nada fácil, diga-se de passagem. 

Romero é também uma espécie termômetro da vontade que permeia este elenco. Em determinado momento da semifinal, ele parecia ser talvez o único a entender que um jogo de Copa precisa ser disputado como tal. Com entrega, com determinação e suor. É preciso vibrar na mesma exigência do jogo.  

Mesmo quando esteve fora da Toca da Raposa, depois de ser negociado ainda em 2019, sempre houve aquele flerte, aquela esperança de que um dia El Perro voltaria a vestir a camisa cinco estrelas. Uma vontade alimentada pelo próprio atleta e que concretizou-se exatamente neste ano de 2024, em uma temporada de movimentos importantes para um time que busca voltar ao patamar que sempre ocupou. 

Não à toa, Romero carrega no braço a faixa de capitão. Uma representatividade que lhe cai bem. A história pode lhe reservar um momento imortal. E seria muito simbólico se o destino reservasse a Romero no próximo dia 23 de novembro a chance de erguer a taça de um título continental com a camisa celeste. 

Seria a representação máxima de um atleta que sempre se entregou pelo Cruzeiro, por muitas vezes jogando até fora de sua posição, atuando como um lateral na era Mano Menezes. Nem sempre tudo são flores, existem muitos questionamentos, críticas e momentos destoantes, mas o atleta precisa absorver tudo isso e, da melhor forma, buscar evoluir. 

Esta também é a trajetória de Romero no Cruzeiro. Uma caminhada de aperfeiçoamento. Onde tática, muitas vezes é sinômino de dedicação. 

E ele pode se imortalizar ao lado de grandes nomes da história do clube. Àqueles que tiveram a honra de levantar taças pela Raposa, figuras como Fábio e Henrique, que por tanto tempo foram companheiros do volante argentino, e nomes lendários como Piazza e Wilson Gottardo. 

Sonhar com tal momento é inevitável e Romero, assim como todo o elenco do Cruzeiro, precisa alimentar e visualizar este objetivo. Todos do grupo têm a chance de fazer história neste mês de novembro que se inicia para a torcida com outro clima, bem diferente dos dissabores de outubro. 

Romero, desde sua primeira passagem, sempre exaltou a importância de se respeitar a camisa do Cruzeiro. É com esse espírito que a Raposa pode chegar ao objetivo que agora torna-se tão palpável e tão presente na mente. Que todos possam ter um pouco de El Perro contra um difícil Racing. Se todos encarnarem esta vontade, com certeza o Cruzeiro ficará mais próximo de uma conquista inédita em Assunção. 

Para cima, Cruzeiro!