Ver a Toca da Raposa II equipada e com sua infraestrutura completamente remodelada, inclusive em termos de arquitetura, é algo que precisa ser valorizado. O torcedor celeste tem que sentir orgulho do trabalho que tem sido feito pela SAF, especialmente na missão de trazer modernidade ao centro de treinamento, uma das grandes referências do patrimônio do clube.
De vez em quando, um ou outro perfil compartilha no X uma icônica foto da coletiva de apresentação de Vanderlei Luxemburgo em 2021. O semblante constrangido do então diretor Rodrigo Pastana, responsável por trazer Mozart e que já estava fadado a uma saída do clube na época, contrasta com o pano abarrotado, improvisado em uma mesa disposta em um dos antigos salões do CT celeste. A sala de imprensa, à época, estava fechada devido à pandemia e com promessas de uma reforma que parecia distante, especialmente devido ao estado calamitoso deixado pela administração que dilapidou o Cruzeiro.
Era um cenário caótico, onde víamos funcionários da Toca sobrevivendo a base de doações — da torcida e também de alguns jogadores com uma condição de vida privilegiada, já que seus vencimentos também estavam em atraso. Além disso, nem todos os campos estavam acessíveis e a entrada da Toca, com sua pintura e estrutura já corroídas pelo tempo.
Esse não era o Cruzeiro. Não refletia a grandeza do clube. Era apenas um brutal arremedo de um passado glorioso. Pois, lembremos que a Toca, inclusive a 1, sempre foi referência no futebol nacional, abrigando seleções, como a brasileira, e outras tantas agremiações.
Reestruturar o clube não é apenas investir em reforços. É dar condições absolutas para que os jogadores, comissão técnica e todo o ambiente administrativo possam ter condições de entregar o melhor em suas respectivas áreas. Por isso, o acerto grandioso em reformar a Toca e suas dependências. O Cruzeiro precisava dessa prova irrefutável de que vive um novo tempo.
Essas mudanças começaram ainda na gestão Ronaldo, que enxergava a importância destas modificações. Ainda naquela época, Pedro Lourenço financiava essas intervenções e, com sua chegada, a SAF do Cruzeiro vem dando passos consistentes em um processo irreversível de ingresso em um período de modernidade latente. Para competir nas cabeças, a Raposa precisa estar pronta para ser novamente referência no que tange à estrutura oferecida.
Parabenizo também a homenagem aos craques celestes, mesmo que ainda tenho algumas ressalvas com a presença de Raul Plassmann, muito pelos seus comentários recentes sobre o Cruzeiro e tudo o que aconteceu no período pré e pós-crise. Mas os grandes nomes celestes precisam ter sua história exposta e exibida como inspiração para todos os atletas que ingressarem no clube.