O Mineirão viveu um sábado memorável. Uma bonita festa em azul e branco que demonstra não apenas a expectativa e a esperança de um 2025 de conquistas, mas a absoluta força da Nação Azul. Um dia muito difícil para quem ousou dizer que o Cruzeiro iria acabar. Esta torcida jamais deixaria que algo assim acontecesse. 

Pedro Lourenço é um símbolo deste momento. Ele pode até errar por imprudência talvez, ou até por certa falta de malícia, algo que, inevitavelmente, o tempo lhe trará, mas nunca por querer demais que o Cruzeiro, sob o seu comando, escreva uma nova história. E como Gabigol exaltou em sua coletiva, o dirigente é leal, inclusive com suas promessas. 

Vi no Mineirão neste sábado não apenas Gabigol, Dudu ou os outros reforços. Eu vi o Cruzeiro sendo simbolicamente entregue de volta à sua torcida. Por mais que exista um empresário que responda pelas ações do clube, o dono desta engrenagem está ali, nas arquibancadas do Mineirão. E estes 12 milhões de donos deram, digamos, sua aprovação em "assembleia" que reuniu 44 mil no Gigante da Pampulha. 

Esta é a razão de ser de um clube de futebol. Esta existência imaterial que ultrapassa o racional. O Cruzeiro, por algum período nesses anos de incertezas e tantas lutas, pareceu entregue à sua própria sorte. Em certos momentos, até mesmo à deriva. Um mundo de distância entre o grito das arquibancadas, silenciado por uma dura pandemia, e a realidade que abalava a confiança. 

Mas tudo é cíclico. E como o texto bíblico aponta: a glória da segunda casa será maior do que a primeira. 

O momento é de olhar para frente. Um resgate de identidade e pertencimento. De se fazer ouvido. De alinhar expectativas e caminhar juntos. Lado a lado. O Cruzeiro Esporte Clube e a sua gente, o patrimônio verdadeiro. 

E o torcedor pode, deve e precisa ter orgulho de tudo que ele mesmo proporcionou neste sábado. Uma recepção digna de um time de camisa pesada. 

De todos os momentos que me fazem ter prazer em trabalhar com jornalismo esportivo, os que mais guardo com afinco são os que envolvem as pessoas comuns que fazem o futebol ser o que é: apaixonante.

É quase como um resgate para mim do verdadeiro sentido que esta profissão carrega. Do povo e para o povo. 

Privilégio poder ser testemunha ocular de tantas histórias. Privilégio ver mais capítulo do Cruzeiro ser escrito. 

Para cima, Cabuloso!