O Cruzeiro tem uma decisão pela frente neste fim de semana e já que a transferência de Matheus Pereira ao Zenit, da Rússia, não aconteceu, é hora de dar um ponto final nesta novela e focar no objetivo principal: a classificação à final do Campeonato Mineiro. Não sei o que acontecerá com Matheus Pereira, mas ele é um ativo do clube. Se decidiu pela permanência, tem que ser utilizado.

O atleta precisa ser profissional e cumprir com suas obrigações, caso contrário a diretoria assinará outro atestado de incompetência, como o ocorrido, por exemplo, na não demissão de Fernando Diniz no fim da última temporada, quando o mesmo deixou claro sua completa insatisfação com a diretoria, mesmo não tendo nenhum resultado. 

E outra, Matheus Pereira precisa jogar mais bola e dar fim ao drama. As principais janelas da Europa já se fecharam. É hora de esquecer o egocentrismo de suas falas e começar a justificar o valor investido em sua compra por Pedro Lourenço no ano passado. Acima de tudo, de qualquer transferência, negociação, cifras e contratos, o que está em jogo é a instituição, o desejo do atleta de ganhar notoriedade e tornar-se o condutor deste time, como todos esperam que ele seja. 

Mais um adendo, nas últimas horas inúmeras informações têm pipocado sobre dificuldades de relacionamento envolvendo Matheus Pereira. É impressionante como a torneira continua aberta no Cruzeiro. Esses vazamentos constantes de informações cruzadas sobre os bastidores do elenco, sejam elas verdadeiras ou não, acontecem com tanta facilidade que denotam uma completa falta de filtro dentro da Toca.

A roupa suja se lava em casa. Se isso não está acontecendo, a direção está completamente em falta. O Cruzeiro precisa ser um time estável, controlado, com cada um sabendo exatamente qual é a sua posição e o que deve ser feito para que os objetivos sejam concluídos. Do dono ao cortador de grama. Cada um no seu quadrado. Os ruídos só atrapalham, inclusive no processo de construção e evolução do time. 

O que falta ao Cruzeiro é ter uma missão e seguir aquele propósito, como um mantra. Os problemas precisam ser cortados pelas raízes, com profissionalismo e respeito ao clube. Sem meias palavras ou informações desencontradas. 

A meu ver, só assim o Cruzeiro vai prosperar. O clube, há algum tempo, está repleto de dramas, mas o futebol está curto. Todos os personagens precisam assumir suas responsabilidades, colocar a cara a tapa de fato. Estão recebendo bem, com estrutura e condições para renderem muito mais do que o futebol que temos visto.