O Cruzeiro conquistou no último sábado uma vitória necessária. Não foi um jogo encantador, com o time apresentando deficiências, especialmente no meio-campo. É evidente a dificuldade de Walace. E isso é preocupante. Até porque Romero entrou levando um cartão, e mesmo com Lucas Silva, o meio-campo celeste encontrou dificuldades para reter a bola e dar o combate, permitindo espaços ao Mirassol.
Mas como iniciei esta coluna, vencer na estreia do Brasileirão era necessário. O torcedor cruzeirense estava sedento pela oportunidade de comemorar um triunfo, tanto que a arquibancada embalou a reta final do confronto com a sinfonia de "Zêro" a plenos pulmões. Um grito ininterrupto. No fim, a celebração em conjunto. É nesta sintonia que a Raposa precisa vibrar.
Para além das dificuldades, o destaque positivo para mim foi o ataque. Contratados como estrelas do setor, Dudu e Gabigol regularam. E isso é importantíssimo no aspecto anímico do time e dos próprios atletas, que possuem grande responsabilidade pela história que ambos construíram por onde passaram e agora começam a trilhar com a camisa cinco estrelas.
O último gol de Dudu no Brasileirão, por exemplo, havia acontecido em 2023, na 14ª rodada, em um empate do Palmeiras com o Flamengo em 1 a 1.
Ter o ataque regulando é algo que o cruzeirense precisa celebrar. O time passou apuros nos últimos anos com essa deficiência no setor ofensivo. A missão agora passa por ajustar essa defesa, que teve Fabrício Bruno atuando bem, mas desequilibrada com Gamarra. As boas notícias ficaram por conta de Cássio, defendendo pênalti e mostrando mais confiança, além de William, que pode ter dado alguns espaços defensivamente, mas portou-se com grande destaque no ataque, inclusive dando passe para gol e tendo oportunidade de balançar as redes.
O Cruzeiro mostrou virtudes, apesar de compreender que este esquema com quatro atacantes não será uma tônica, ainda mais contra adversários mais agudos e qualificados. É ajustar os erros e continuar neste caminho de evolução.
Uma boa estreia na Copa Sul-Americana será outro passo importante nesta trajetória, especialmente pela fase ruim atravessada pelo Unión Santa Fé, em 14o lugar no Grupo A do Torneio Abertura Argentino. O desafio de encontrar um time continua nas mãos de Leonardo Jardim, mas o Cruzeiro tem perspectivas de crescimento. Somente uma boa sequência de jogos pode azeitar as ideias e realmente colocar este time no rumo certo.