O Cruzeiro está preso em um looping de eternas situações que não fazem o time caminhar. Há sempre algum empecilho e os mais velhos obstáculos atendem pelos seguintes nomes: planejamento e profissionalismo. Uma conta que cai diretamente no colo da diretoria de futebol, do CEO Alexandre Mattos, do diretor executivo Paulo Pelaipe, e os demais responsáveis diretos pela montagem deste elenco.
Pedro Lourenço precisa promover cobranças em cima deste departamento. Exigir, de fato, resultados. Porque eles não têm sido vistos desde a chegada da nova gestão à SAF. O técnico Leonardo Jardim nas entrelinhas - e diretamente - já deixou claro o desequilíbrio das contratações, algo que o mais simples observador de futebol percebe.
Na verdade, o Cruzeiro não tem sequer um 11 inicial. E quando é preciso promover mudanças no time, a equipe desanda. A partida contra o Unión de Santa Fé foi um show de horrores.
A equipe se retraiu de uma maneira covarde frente a um dos piores times da Argentina na atualidade. Poucos dias antes de enfrentar o Cruzeiro, o Unión perdeu para o lanterna Aldosivi, com o técnico Kily González pagando geral para o elenco, inclusive falando que os atletas mereciam voltar a pé para casa. Sem contar o autor do gol, que até pouco tempo estava no futebol amador.
Ver alguns atletas vestindo a camisa do Cruzeiro traz inúmeros questionamentos. Será que não tem um menino na base que consiga entregar mais do que um Lautaro correndo de forma estabanada para cima e para baixo, literalmente matando o ataque celeste? Com certeza tem, mas possivelmente ele vai ser emprestado para um time qualquer.
Cambaleante, o time celeste não consegue ser constante desde aquele fatídico jogo contra o Botafogo no ano passado. Estamos em abril de 2025, praticamente se arrastando com lampejos de futebol em partidas isoladas. É pouco, pouquíssimo para um time com o tamanho da folha do Cruzeiro. Não adianta ter dinheiro se os responsáveis pela montagem do elenco estão vivendo literalmente no passado.
Todos sabemos sobre o imediatismo no futebol e o quanto isso pode ser prejudicial. Mas a paciência do torcedor do Cruzeiro está no limite porque, diferentemente de outros clubes, os resultados estão longe da Toca da Raposa 2. Esse ciclo vicioso precisa ser rompido, antes que venham mais janelas e milhões do dono sejam despejados de forma totalmente equivocada.