Enfrentar o Internacional com 11 já é extremamente complicado. Imagina com 10 jogadores? O que aconteceu no jogo desse domingo é só mais um capítulo do escândalo da arbitragem brasileira, pior a cada temporada que passa. De todos que estão em campo, o único não profissional, é justamente o dono do apito. As avaliações são totalmente equivocadas e o VAR, uma ferramenta que foi introduzida para trazer mais justiça ao jogo, tornou-se objeto de escárnio nas mãos de pessoas despreparadas para exercer tal função. 

Entendemos que muitas coisas no ambiente esportivo são subjetivas, especialmente a interpretação da arbitragem. Mas os erros gritantes cometidos na segunda rodada do Brasileirão 2025 trazem um profundo questionamento, até mesmo sobre a formação dos responsáveis pela aplicação da regra do jogo. 

Marcelo de Lima Henrique não deveria nem estar apitando mais, diga-se de passagem. E Daiane Muniz merecia uma geladeira e um curso de reciclagem, porque referendar um cartão vermelho como o aplicado a Jonathan Jesus é um atestado de incompetência brutal. 

Mas os clubes também são coniventes com essa tragédia anunciada. Ao apoiar a reeleição de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF, todos assinaram um compromisso de que estão satisfeitos com os rumos do futebol nacional, dando completo aval à patifaria institucionalizada.

E quando situações como as de domingo acontecem, a revolta transparece por meio de notas, de reuniões com a CBF, de declarações fortes. Mas as mudanças esperadas jamais acontecem porque todos são coniventes. Ninguém tem moral porque o sistema, como já diria capitão Nascimento, é... (vocês sabem). Os torcedores são os palhaços neste espetáculo de horrores. Ontem foi o Cruzeiro, foi o Sport. Amanhã será o Fluminense, o Botafogo e etc. As cores e os personagens apenas mudam e a responsabilidade nunca é assumida.

O futebol brasileiro jamais passará por uma reformulação enquanto a gestão arcaica e feudal continuar a ditar as regras, se importando em excesso com futilidades, como subir em cima da bola, e ignorando os problemas estruturais que afetam da base à Seleção Brasileira masculina principal, totalmente à deriva. Mas também convenhamos, todos estão felizes com o aumento de quase 300% nos salários. Os presidentes das federações aplaudem. 

Este é o alto preço que a conivência do Cruzeiro e de todos os personagens nesta indústria cobra. A incompetência.

Há de se pontuar também a ineficácia do elenco celeste, mais uma vez desequilibrado e sem a capacidade de vender caro um resultado. Quando as alterações são propostas, a desorganização do time transparece, justamente pelo abismo entre os titulares e suplentes. E muitos questionamentos antigos sempre batem à porta. Não é possível que não tenha na base um zagueiro melhor que Gamarra, trazido sabe se lá em qual condição pela diretoria de futebol. 

A expulsão desestabilizou o time, mas é preciso que o Cruzeiro também saiba se reagrupar e atue minimamente comprometido. Mais uma dura lição que fica para a sequência da temporada. É juntar os cacos após a injustiça cometida e retomar o foco. 

Um adendo: já que o prejuízo esportivo ficou evidente para todo Brasil nesse domingo, cabe a CBF ao menos retirar a suspensão de Jonathan Jesus, como vários campeonatos pelo mundo fazem quando há um equívoco claro de arbitragem. O Cruzeiro não pode se dobrar a esta punição. Precisa exigir seus direitos para minimizar o dano causado por Marcelo de Lima Henrique e Daiane Muniz.