De vez em quando, gostam de criar uma celeuma onde não há nada. Gabigol pediu mais minutagem ao Mister. E o que há de errado nisso? Ruim seria se o atleta estivesse confortável no banco. Em um time tão bem encaixado, o desejo de jogar precisa ser uma constante em todo o elenco. Para mim, sem dúvidas, o que realmente importa nisso tudo é a entrega do camisa 9 do Cruzeiro — e, na minha visão, ela tem sido muito satisfatória.

Estamos falando de um time que, até pouco tempo atrás, tinha na linha de frente nomes como Matheus Davó, Rafa Silva, Rafael Bilu e outros mais. Hoje, conta com a possibilidade de revezar o ataque com Gabigol e Kaio Jorge — e, em certos momentos, até com os dois atuando juntos. É um salto de qualidade gigantesco. E quando digo que a entrega de Gabigol tem sido satisfatória, é só olhar os números.

São 15 participações em gols em 25 partidas, sendo 11 tentos — a mesma quantidade de gols de Matheus Pereira, o artilheiro da Raposa no ano passado. Para se ter ideia, o camisa 9 já superou os oito gols que marcou em 2024 pelo Flamengo, em 38 jogos. Com os dois tentos sobre o Juventude, Gabi voltou a ter uma temporada com dois dígitos em gols na carreira, algo que ele registrou em seis das últimas sete épocas. 

Aí muitos podem dizer: "Ele só faz gol de pênalti." Para mim, isso não importa. Ter frieza na marca da cal é uma virtude. Se o aproveitamento é alto, ótimo! Gol é gol. Um pênalti bem cobrado pode decidir um campeonato. E que bom que o Cruzeiro tem um especialista no assunto.

Estamos falando de um atacante que chegou a 117 gols no Brasileirão, entrando no top 10 dos maiores artilheiros da história do torneio, ultrapassando Luís Fabiano, que marcou 116 gols na Série A. Gabigol atingiu essa marca em 276 partidas, com uma média de 0,42 gol por jogo.

Mais do que isso, ele vem se qualificando como segundo atacante e se fortalecendo até mesmo em uma possibilidade de executar a mesma função de Matheus Pereira. 

Esse é o calibre do atleta que veste a camisa 9 celeste neste momento e que, com certeza, será uma arma utilizada pelo Mister nos momentos certos — seja saindo do banco ou começando entre os titulares.

Mas é fundamental destacar o profissionalismo de Gabriel. Muito se fala sobre o "pacote" que é ter um jogador com sua personalidade forte. Mas era exatamente disso que o Cruzeiro precisava: um atleta que vestisse a camisa e se personificasse como um potencial ídolo. Para mim, sua contratação simboliza uma nova era para a Raposa — aquele tipo de jogador que marca uma geração. E isso já é notório, basta ver a identificação imediata que uma figura como Gabi desperta nos pequenos torcedores celestes.

Esse é o lastro que Gabigol carrega. Um jogador que chega com aura. Confio bastante que ele ainda dará muitas alegrias à torcida celeste, tornando-se também um líder deste elenco, que está sedento por objetivos maiores — e que, como já disse neste espaço, merece estar no lugar que ocupa.

Pra cima, Cruzeiro!