Assembleia Legislativa

Despedida de Sávio Souza Cruz

Em seu último pronunciamento feito na ALMG como parlamentar, em 22 de dezembro, deputado usou tribuna para manifestar divergência quanto à propaganda do governo do Estado

Por Luiz Tito
Publicado em 29 de dezembro de 2022 | 17:04
 
 
 
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Em seu último pronunciamento feito na Assembleia Legislativa de Minas Gerais como parlamentar, no dia 22 de dezembro passado, o deputado Sávio Souza Cruz usou a tribuna para manifestar a sua divergência quanto à propaganda do governo do Estado que tenta, em costumeira falácia, contrapor-se aos dados da Secretaria do Tesouro Nacional que condenam “Minas Gerais como um dos únicos três Estados brasileiros que aumentou seu endividamento nos últimos quatro anos; e pior: foi o que mais aumentou seu endividamento”.

Um deboche. Nesse mesmo pronunciamento, Sávio denuncia a operação que está em processo dentro do governo para se vender a Codemig. Primeiro, o parlamentar lembrou da criação da empresa, dona das reservas minerais do Estado, em especial o lítio, o nióbio e as terras raras, um patrimônio cuja importância econômica e estratégica vem sendo varrida para debaixo do tapete.

Também vem sendo ocultada a análise da exploração feita nos últimos anos pela empresa constituída pela CBMM e a Codemig para extração do nióbio nas minas de Araxá. Há quase dez anos que se espera por esse relatório, e o Ministério Público de MG não completa seus estudos para dizer quanto o Estado de MG tem como crédito num cotejo entre o minério retirado de cada uma das duas jazidas que integram o consórcio explorador.

Por que tanta demora? Fala-se numa diferença de cerca de R$ 6 bilhões a favor da Codemig. Pouco dinheiro, não? O governador 
Romeu Zema dá impressão de estar sofrendo pela espera em vender a Codemig, como se já estivesse até apalavrado com o comprador. Esse relatório do MPMG tem que vir antes, da forma mais transparente, para saber quanto vale esse patrimônio da empresa.

Diferente disso seria a consumação da fraude, do esbulho, da desonestidade que não poderá se consumar. Vender a Codemig, uma empresa altamente lucrativa, já é um absurdo. Vendê-la sem um acurado levantamento do seu patrimônio, aí incluído o crédito que ela tem com a CBMM, além do levantamento de outros ativos que a empresa tem incorporado ao seu patrimônio, daria lugar a todo tipo de suspeição, de desonestidade, de fraude, de furto da coisa pública. E isso, espera-se, com a vigilância da Assembleia Legislativa, do Ministério Público de MG e do Tribunal de Contas de MG, que não se consume.

Por último, esse governo tem demonstrado que administra mal o seu caixa, que se endivida inconsequentemente, que não executa bem o seu orçamento. Não seria muito temerário deixá-lo vender mais esse patrimônio, colocando mais dinheiro nas suas mãos? Cuidado, senhores.

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