LUIZ TITO

Momento de limpeza

As festejadas pesquisas dos institutos que sabem tudo timbraram de desconfiança


Publicado em 09 de outubro de 2018 | 03:00
 
 
 
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Quando na noite de domingo se consolidaram os números da votação dos candidatos à Presidência da República, aos governos dos Estados e ao Senado Federal, para ficarmos nas disputas majoritárias, as festejadas pesquisas dos institutos que sabem tudo timbraram de desconfiança, pelo histórico festival de erros que apresentaram suas últimas e as seguintes previsões.

Quem voltará a confiar em tais “profecias” se em Minas, como exemplo, furaram marcadamente todas as previsões daqueles que se dizem capazes de enxergar atrás das montanhas e assim cobrar caro para antecipar números que depois viram erros? Amargávamos o ridículo de termos a nacionalmente hostilizada Dilma Rousseff como nossa representante no Senado da República; eis que, contra as pesquisas, pudemos nos aliviar dessa tensão com a divulgação dos resultados das urnas e a instalação da ex-presidente num honroso quarto lugar do ranking, com uma votação que representou menos da metade do índice previsto e amplamente alardeado de sua futura eleição. Vivenciamos tanto desconforto para depois, felizmente, vermos preenchidas as duas vagas pelos candidatos que passaram semanas embolados na disputa, Rodrigo Pacheco e Carlos Viana. Ave!

Na disputa pelo governo do Estado as pesquisas nem de longe previram a possibilidade de Romeu Zema, do partido Novo, um empresário pouco conhecido e estreante no jogo eleitoral, ter quase o dobro dos votos do terceiro colocado, o atual governador Fernando Pimentel, que já discutia com seu grupo as estratégias para o enfrentamento do candidato Antonio Anastasia no segundo turno das eleições. Anastasia e Pimentel davam como favas contadas a reedição da peleja que nas últimas eleições envolveu antagonicamente o PT e o PSDB.

Outra simbólica furada está nos resultados da eleição para o governo do Rio de Janeiro. O juiz federal Wilson Witzel, novato no embate eleitoral, representando um partido nanico (PSC) e desconhecido até um mês atrás, acelerou sua corrida sem que fosse percebido e acumulou uma votação que é mais que o dobro dos votos de seu principal concorrente, o ex-prefeito Eduardo Paes, tido até no dia anterior como o grande favorito para levar ao segundo turno o ex-jogador Romário.

Essas inúmeras surpresas, com seus números, registradas em todo o país, são muito importantes, mas não se pode deixar de realçar: primeiro, que foram definitivamente varridos, esperamos, da vida pública nomes como Dilma Rousseff, Vanessa Grazziotin, Romero Jucá, Cássio Cunha Lima, Eunício Oliveira, Magno Malta, Eduardo Suplicy, Romário, todo o clã Sarney, Edison Lobão, Lindberg Farias, Valdir Raupp, com a graça de Deus, para que de vários destes doravante se ocupe a Justiça, pela perda do foro privilegiado. E, ainda, que talvez os altos números de abstenção, de votos em branco e nulos, em quase 30% do total de eleitores de todo o país, sejam reduzidos nas próximas eleições, por já não precisarmos conviver com o desencanto de termos como candidatos esses e outros nomes que Curitiba ansiosamente tanto espera.

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