A imprensa tem noticiado o desenrolar do caso que envolve a ex-vereadora Nely Aquino, um ex-assessor de seu gabinete, seu irmão, o também ex-vereador Valdivino e a utilização de um veículo para transporte de sua família, em atos totalmente estranhos ao exercício da atividade parlamentar. Não se trata de ter levado alguém a um médico, ou eventualmente ter dado uma carona porque o carro iria passar por um local onde alguém iria ficar. Trata-se de destinar o uso de um bem pago com dinheiro público para servir à família. Não foi uma denúncia anônima, mas uma investigação de três anos, na qual se ocupou um promotor do Ministério Público no seu papel de fiscal, de vigilante à correta utilização do patrimônio público. Agora, espera-se por um acordo que vai jogar no lixo tudo que foi feito, toda investigação do próprio MPMG e da Polícia Civil, que foi custeada também pelo dinheiro público. Onde fica o exemplo que se busca com essas ações? Um agente público comete um abuso dessa ordem, ou de qualquer outra, usa um bem durante dois anos e depois faz um acordo? Abuse; se for descoberto, defenda-se; se ficar provado, faz-se um acordo. É assim?