Poucas vezes se viu no Brasil uma eleição com campanhas tão amorfas, com tanta gente de quem nunca se ouviu falar em qualquer circunstância de mediana importância política e social, reconhecida como líder de qualquer coisa; exceção, claro, para bandidos prontuariados que já estiveram nas páginas policiais ou foram notícia no Patrulha da Cidade, do insuperável Laudívio Carvalho. Tanto ‘vagaba’, como dizem os jovens sobre quem não vale nada, disputando vagas na Assembleia, na Câmara, no Senado e para os governos dos Estados, como ocorre nesse momento. Um projeto de unificação das eleições levaria ao fim a estratégia de candidatos que fazem da disputa um trampolim para se elegerem de forma mais barata para cargos executivos. Vereadores, por exemplo, são especialistas nisso, para se fortalecerem em futuras disputas ao cargo de prefeitos de suas cidades. Senadores, idem; como têm mandatos de oito anos, podem na metade do período disputarem governos do Estado e a Presidência da República.