Neste junho, dedicado à conscientização sobre a escoliose, nosso entrevistado, pela segunda vez, é o Dr. Daniel Oliveira, ortopedista e cirurgião de coluna. Formado pela UFMG em 1998, Oliveira completou sua residência no Hospital Ortopédico de Belo Horizonte, contribuindo para a revolução dos tratamentos de coluna no Brasil com técnicas minimamente invasivas.

Possui importante e rara experiência no “Shriners Hospital for Children”, nos EUA, e especializações no “Rady Children’s Hospital” e no “San Diego Center for Spinal Disorders”. É sócio-diretor do “Núcleo de Ortopedia e Traumatologia – NOT”, de Belo Horizonte, sendo uma referência nacional em cirurgias minimamente invasivas. Aqui, ele compartilha seu conhecimento sobre a importância da conscientização da escoliose, ajudando a aumentar o entendimento e a capacitação sobre essa condição que afeta milhares de pessoas.

Daniel, mês da conscientização sobre a escoliose. Qual a importância dessa campanha?

Essencial para aumentar o entendimento sobre a escoliose, condição que impacta a vida dos pacientes. Informar a população sobre os sinais e a importância do diagnóstico precoce é crucial para melhorar a qualidade de vida dos afetados.

Afinal, que “nome feio e dolorido” é esse, escoliose?

Uma curvatura lateral da coluna, podendo parecer um "S" ou "C". Ela se classifica como estrutural ou não estrutural, sendo a estrutural mais comum. As causas podem ser idiopáticas, congênitas ou neuromusculares.

Quais são as causas?

A maioria dos casos em adolescentes é idiopática, sem causa definida. Outras origens incluem anormalidades congênitas, condições neuromusculares como paralisia cerebral e má postura.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico precoce começa por um exame físico. Observamos a simetria dos ombros, quadris e costelas. Exames de imagem, como raios-X, são fundamentais para confirmar o diagnóstico e avaliar a curvatura.

Quais sinais devem chamar atenção e levar os pais a procurarem ajuda médica?

Pais devem observar se há ombros desnivelados, inclinação do tronco ou cintura desigual. Esses sinais requerem avaliação médica, pois sugerem que algo pode estar errado.

Quais tratamentos estão disponíveis?

O tratamento depende da gravidade e idade do paciente. Para curvas leves, monitoramento é suficiente. Caso contrário, podem ser necessários coletes ortopédicos ou cirurgia. A intervenção precoce pode prevenir a progressão significativa da curvatura.

É possível falar de prevenção quando se trata de escoliose?

Infelizmente, não há formas conhecidas de prevenir a escoliose idiopática. Contudo, a conscientização e detecção precoce são essenciais para gerenciar a condição.