Seis cadeiras de rodas foram entregues a instituições de ação social de Belo Horizonte pelo programa Minas Tênis Solidário, na última quinta-feira (14), na antessala do salão de festas do Minas Tênis Clube I, em Lourdes. A ação é fruto de uma arrecadação de lacres de latas e doações ao longo de todo ano, com participação ativa dos Viciados No Tennis.

Moradores das comunidades Morro das Pedras, Vila Sumaré, Taquaril, Cabana do Pai Tomás, Aglomerado Santa Lúcia e Aglomerado da Serra serão beneficiados com as doações através de intermediação do Projeto Romper, do Instituto Adotar, da Fraternidade Espírita Cristã Francisco de Assis e da Central Única das Favelas Minas Gerais (Cufa).

A organização do Minas Tênis Solidário celebrou que 2024 foi um ano recorde em doações de cadeiras de rodas. O projeto acontece há 8 anos e oferece, em certa medida, melhor qualidade de vida às pessoas que se encontram em situações físicas ou de saúde complicadas e estão em vulnerabilidade social.

“Graças a Deus, o programa tem crescido e tomado grandes dimensões. É isso que a gente quer. Envolver os sócios e a sociedade. A gente é muito privilegiado pelo que a gente tem, por esse convívio, pela oportunidade de viver aqui no Minas, um clube maravilhoso. O mínimo que a gente pode fazer é ajudar”, celebrou a associada Tânia Zeferino, uma das lideranças do Minas Solidário.

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Como uma cadeira de rodas pode mudar vidas

A chegada de uma cadeira de rodas à vida de quem mais precisa é tratada como “imensurável”. Segundo Marcos Nascimento, liderança da Cufa Minas no Aglomerado da Serra, na zona sul da capital, essa atitude transforma o mundo de quem recebe.

“Não tem como mensurar o tamanho de uma doação como essa. É mobilidade para quem está num momento delicado. É mobilidade para quem não tem condições financeiras para adquirir. Através de um lacre, você conseguir juntar um montante e gerar essa mobilidade, você traz sorriso, traz alegria, traz mudança de status mental para uma pessoa que já está passando por um momento delicado. É uma doação que não tem preço, a gente não consegue mensurar. É inestimável o trabalho de quem apoia”, destacou Marcos.

Rose Abreu, liderança da Cufa no Taquaril, na região leste, relembrou uma antiga doação que foi capaz de melhorar significativamente a vida de uma pessoa afetada pela diabetes.

“Foi a Dona Cláudia. Ela já tinha um caso de diabetes e tinha, recentemente, amputado um pé. Ela havia pedido uma cadeira. Na ocasião, não tínhamos. Depois que virou a semana, fomos convidados a vir ao Minas receber essa doação. Saímos daqui e levamos essa cadeira à ela”, mencionou.

“É uma realidade. Na questão de recursos para comprar uma cadeira, temos essa deficiência, porque estamos falando de famílias vulneráveis. Temos casos de pessoas que se acomodaram com a situação de não ter uma cadeira. Quando chega uma cadeira, chega vida, alegria, qualidade de vida, para a pessoa e para a família. É uma virada de chave”, finalizou Rose.

Assim é feita a arrecadação para doações do Minas Tênis Solidário

Durante o ano, recipientes de plástico foram distribuídos por todas as unidades do clube e por lojas da Boca do Forno. Os sócios, usuários e clientes puderam depositar lacres de latas de bebidas nestes espaços.

Ao fim da coleta, esses lacres foram vendidos e o dinheiro revertido na compra de três cadeiras de rodas. As outras três foram adquiridas através de doações dos Viciados No Tennis.

Viciados no Tennis projetam mais projetos e doações

Cada vez maior, os Viciados No Tennis têm atuado em linhas sociais nos últimos anos e foi representado por Omar Hamdam, Flávio Hoffmann e William Freire na entrega das cadeiras de rodas. Esta não é a primeira vez que o coletivo se engaja em causas assim.

Omar (Viciados), Tânia (MT Solidário), Flávio e William (Viciados)
Omar (Viciados), Tânia (MT Solidário), Flávio e William (Viciados)

 

O grupo já realizou doações de bolas de tênis e de pares de tênis para crianças carentes praticantes da modalidade. O presidente Flávio Hoffmann se mostrou bastante satisfeito com a colaboração dos Viciados em causas e ações importantes como essas.

“O primeiro ato que fizemos foi quando soubemos que os Viciados estavam arrecadando bolinhas de tênis. Fizemos campanhas nos nossos grupos para todos doarem tubos de bolinhas nos locais de arrecadação. Logo depois, teve um outro evento para crianças carentes praticarem tênis. Foi um outro engajamento que nós fizemos com vários pares de tênis novos, foi muito legal. E agora, veio essa nova oportunidade de doação de cadeiras de rodas, que é muito emocionante quando a gente para quem está indo essas cadeiras e a felicidade que levamos para cada família carente.”, destacou o presidente.

As boas iniciativas não irão parar por aí. Omar Hamdam, CEO dos Viciados No Tennis, projetou mais ações sociais do grupo, como a realização de uma competição beneficente. 

“Eu acho sensacional. Quando os Viciados começaram, há sete anos atrás, não tínhamos ideia do tamanho que isso iria tomar. São 2 mil atletas. A gente sabe que tem um potencial muito grande de doação, porque eles são doadores. Basta que a gente crie essas condições para que eles doem. Ano que vem, a gente pretende fazer um torneio grande beneficente, que vai se chamar Torneio Beneficente O Tempo, e pretendemos chamar a cidade inteira para engajar nesse movimento”, revelou o CEO.