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Porto Alegre já tem em maio o maior volume de chuva mensal da história

Marca de de 486,7 mm supera o recorde anterior, de setembro de 2023, quando o rio Grande do Sul também sofreu desastre climático

Por Agências
Publicado em 25 de maio de 2024 | 17:36
 
 
 

Ainda falta quase uma semana para maio terminar, mas a cidade de Porto Alegre já registra o maior volume de chuva para um mês, ao menos desde 1916, quando começaram as medições. A informação é da Defesa Civil gaúcha a partir de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo com o órgão municipal, até sexta-feira (24), a cidade acumulava o volume de 486,7 mm de chuva no mês. A marca supera os 447,3 mm de setembro do ano passado, quando o Rio Grande do Sul também foi castigado por temporais.

Na comparação entre meses de maio, a atual marca supera os 405,5 mm de todo o mês da histórica cheia de 1941, até então apontada como a maior tragédia provocada pela chuva no Estado, mas que foi superada agora.

Na manhã deste sábado (24), a Defesa Civil atendeu 33 ocorrências com pedidos de vistoria e verificação de perigo de deslizamentos. Não houve nenhuma remoção.
Na véspera foram 268 ocorrências por causa da chuva, que havia voltado a cair com força na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A maioria dessas ocorrências foi provocada por deslizamentos e desabamentos causados pela chuva em 24 horas.

O nível do lago Guaíba continua acima da faixa dos 4 m. Na manhã deste sábado (24), a régua instalada no cais Mauá - onde a cota de inundação é de 3 m - marcava 4,16 m.
Na medição feita às 15h15, o nível do Guaíba havia baixado para 4,11 m.

"A intensificação da cheia é resultado das intensas pancadas de chuva registradas no Rio Grande do Sul entre a quinta e a sexta-feira", diz a Prefeitura de Porto Alegre, em nota.

Com mais chuvas e ventos, previsão é de cheia duradoura

A previsão indica cheia duradoura, com manutenção dos níveis elevados nos próximos dias, segundo o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O cenário mostra que os níveis devem oscilar em torno da marca dos 4 m e devem ocorrer elevações em consequência dos ventos e chuvas previstos para a próxima semana.

O lago Guaíba atingiu o nível de 5,33 m no último dia 2, superando o recorde histórico de 4,76 m da enchente de 1941. Desde então, as águas estavam baixando lenta e constantemente, mas nesta sexta-feira houve repique.

Não há previsão de chuva para este fim de semana no Rio Grande do Sul. Entretanto, a Sala de Situação, montada pelo governo estadual em decorrência da tragédia, afirma que deve voltar a chover forte na segunda-feira (27), com possibilidade de rajadas de vento de até 60 km/h.

O boletim informa que os acumulados de chuva devem variar de 40 mm a 60 mm no sul e nordeste do estado, na Costa Doce, região dos Vales, Região Metropolitana de Porto Alegre e litoral
Na terça-feira (28), chuvas pontualmente fortes devem seguir no litoral gaúcho.

A tendência, afirma a Sala de Situação, é que, na quarta-feira (29), o tempo permaneça instável na faixa leste, com chuva fraca. "Com um ciclone extratropical em alto-mar, o mar fica agitado e há risco de ressaca sobre a costa gaúcha", diz.

Compare os níveis das maiores chuvas

Maiores volume de chuva em um mês em Porto Alegre (desde 1916)
- 486,7 mm - maio de 2024 (até o dia 24) 
- 447,3 mm - setembro de 2023 
- 403,6 mm - junho de 1944 
- 386,6 mm - abril de 1941 
- 365,6 mm - junho de 1982  

Maiores volume de chuva para o mês de maio em Porto Alegre (desde 1916)
- 486,7 mm - 2024 (até o dia 24) 
- 405,5 mm - 1941 
- 294,7 mm - 1942 
- 268,6 mm - 1984
- 245,1 mm - 2019  

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