Júlia Pimenta, de 29 anos, é procurada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, suspeita de matar o namorado com um 'brigadeirão' envenenado. O empresário Luiz Marcelo Ormond teria sido morto no final de maio, no apartamento em que o casal morava.
Câmeras de segurança registraram as últimas imagens da vítima no elevador do prédio. Luiz aparece com Júlia no local e começa a perder a consciência.
Veja o que se sabe sobre o assunto:
A frieza de Júlia
O delegado do caso, Marcos Buss, em entrevista ao Fantástico, afirmou que considera este crime "aberrante porque evidencia extrema frieza". Júlia e Marcelo se relacionam desde 2013, mas oficializaram o namoro em 2023, contrariando a vontade de amigos e familiares do empresário.
Em abril deste ano, o casal começou a morar junto na Zona Norte do Rio de Janeiro, no apartamento em que Marcos teria sido envenenado pela companheira.
Em depoimento prestado para a Polícia Civil, no dia 22 de maio, e exibido pela TV Globo neste domingo (02 de junho), Júlia aparece fria e sorrindo dois dias depois do corpo de Marcos ser encontrado em avançado estado de decomposição. Na época, a mulher contou que o casal brigava com frequência, mas negou envolvimento na morte do empresário. Ela também confessou que eles teriam se separado no dia 20 de maio.
"Aí eu vi que enquanto eu estava dormindo, ele ficava em bate-papo. Provavelmente procurando p*t*. Aí descobri que tinha um Instagram fake. Aí teve briga. Aí eu falei que eu queria ir embora", disse a psicóloga no depoimento.
O interesse
Amigos do empresário também confessaram em entrevistas que o casal enfrentava crises e que Júlia tinha interesse em uma união estável com Luiz Marcelo:
"Ele sempre falava comigo, que eles brigavam muito e tudo mais. Ele era um cara que tinha medo de casar, que ele falava pra mim, por causa dos bens dele, com medo de separar", disse um amigo de Marcelo ao Fantástico.
A morte do empresário
Imagens de câmeras de segurança do elevador do prédio em que o casal morava ajudaram a polícia a entender o envolvimento de Júlia na morte do companheiro. Nos registros, Luiz aparece com vida pela última vez, já perdendo a consciência, e avisa a companheira que não estava bem.
Dias depois, Júlia aparece no elevador sozinha, levando uma vida normal. A Polícia acredita que o empresário já estava morto na ocasião e que a psicóloga teria ficado no apartamento com o corpo do namorado.
"Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria se alimentado. Ela teria, inclusive, nós temos isso filmado, ela teria descido para academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava", contou Marcos Buss, delegado do caso.
Foram os vizinhos que sentiram um cheiro forte no imóvel e chamaram a polícia. O corpo do empresário foi encontrado no sofá do apartamento em avançado estado de decomposição.
Detalhes do envenenamento
Uma amiga de Júlia, a cigana Suyany Breschack, foi quem falou sobre o envenenamento. Suyany está presa por suspeita de envolvimento na morte.
Ela diz que Júlia fazia sessões de cura e libertação com ela e que a devia cerca de R$ 400 mil. A suspeita chegou, inclusive, a entregar o carro do empresário, avaliado em R$ 65 mil, para a cigana com o intuito de diminuir a dívida.
Para Suyany, Júlia teria confessado que matou o namorado com o uso do medicamento Dimorf, analgésico usado para o controle de dores agudas e crônicas. A suspeita teria dissolvido diversos comprimidos em um brigadeirão servido ao empresário.
O ex-namorado de Suyany, Victor Ernesto de Souza, também está preso por receptação. Ele teria recebido o carro do empresário.
"Nós temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em determinado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união. Então isso até robustece a hipótese de homicídio e não de um latrocínio, puro e simples, porque o plano inicial me parecia ser realmente eliminar a vítima depois que essa união estável estivesse formalizada", afirma o delegado do caso.